ONU lança campanha para proteger crianças de violência em conflitos armados

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De assassinatos e mutilações a recrutamento, assédio sexual e sequestros, a violência contra crianças em conflitos armados pode assumir muitas formas, disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, no lançamento de uma campanha para proteger crianças afetadas por conflitos.

“Se uma criança sobreviver e tiver a sorte de ser libertada para um programa de reintegração, ela ainda tem apenas uma pequena chance de recuperação”, disse Guterres em discurso lido por uma porta-voz na sede da ONU na terça-feira (02/04).

O chefe da ONU destacou que a falta de recursos e uma falha em fornecer assistência de longo prazo às vítimas e às suas comunidades “deixaram muitas crianças abertas à segunda vitimização, seja por estigmas ou por oportunidades inadequadas de educação e crescimento, deixando-as presas em um ciclo de violência e desespero”.

A nova campanha global, denominada “Aja para Proteger Crianças Afetadas por Conflitos”, tem o objetivo de “aumentar a conscientização mundial, auxiliar crianças em necessidade e impedir que elas se tornem vítimas, em primeiro lugar”, de acordo com Guterres.

Proteger crianças “usadas e abusadas”

Presidindo o evento de lançamento, a representante especial da ONU para Crianças e Conflitos Armados, Virginia Gamba, disse que há uma necessidade urgente de conscientização sobre o que define como seis violações graves, sendo elas: assassinatos e mutilações de crianças; recrutamento ou uso de crianças como soldados; violência sexual contra crianças; sequestro de crianças; e ataques contra escolas ou hospitais.

“Precisamos destacar o impacto de conflitos sobre as crianças”, disse, além de colocar “uma forte ênfase sobre ações tangíveis para encerrá-los e preveni-los”.

Logo da campanha: "Aja para proteger crianças afetadas por conflitos". Foto: ONU/divulgação

Logo da campanha: “Aja para proteger crianças afetadas por conflitos”. Foto: ONU/divulgação

Apesar de destacar o importante progresso alcançado até o momento, Gamba afirmou que o trabalho está longe do fim.

“É consenso que tais campanhas não irão trazer a mudança de que precisamos se não forem seguidas por ações tangíveis para as crianças que mais precisam”, disse a representante especial.

Ela destacou algumas das ações que a campanha irá impulsionar, incluindo os Princípios de Paris, a Declaração de Escolas Seguras e os mais recentes Princípios de Vancouver. Enquanto os Princípios de Paris estabelecem um conjunto de regras internacionais para guiar o trabalho de Instituições Nacionais de Direitos Humanos, os Princípios de Vancouver têm objetivo de melhorar a situação de crianças em conflitos armados, priorizando proteção de crianças dentro de operações de paz nas Missões da ONU.

Saiba mais sobre a campanha clicando aqui.
 

Fonte: ONU Brasil