Dia da Amazônia: apesar de melhoras em indicadores, organizações apontam que ainda há muito a ser feito

Dia da Amazônia: apesar de melhoras em indicadores, organizações apontam que ainda há muito a ser feito

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Dados do Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (Salve), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), divulgados pela Agência Brasil, mostram que 224 espécies da fauna na Amazônia estão sob ameaça de extinção. Ao todo, são 139 espécies categorizadas como vulneráveis; 48 estão “em perigo”, e outras 38 “criticamente em perigo”.

Maior floresta tropical do mundo, a Amazônia possui 421 milhões de hectares que abrigam mais da metade da biodiversidade do planeta. Além disso, a região é responsável por diversos processos climáticos, como a evaporação e transpiração da floresta, responsáveis por manter o equilíbrio do clima e a manutenção dos estoques de água doce.

Líder de mais de 70 organizações indígenas, Toya Manchineri acredita que o Dia da Amazônia, celebrado em 5 de setembro, é de luta e reflexão. A data marca o dia em que o Projeto de Lei nº 11.621 foi aprovado, em 2007, para reforçar a importância da maior reserva natural do planeta e promover debates sobre meio ambiente e sustentabilidade.

Para o coordenador-geral das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab), a data é importante para alertar sobre o perigo do desmatamento e do garimpo ilegal, que afeta em especial os povos indígenas.

Porta-voz do Instituto Socioambiental (ISA), a assessora de política e direito socioambiental Adriana Ramos também já fez um alerta para problemas similares. Ela destaca que, apesar dos dados recentes divulgados pelo Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) da Amazônia apontarem uma queda de 42% do desmatamento nos sete primeiros meses de 2023, ainda há muito a ser feito.

O debate também engloba o racismo ambiental, que afeta, em sua maioria, pessoas negras, indígenas, de baixa renda e que habitam regiões periféricas, segundo dados do Instituto Pólis. Para especialistas, não abordar a crise climática como uma crise de justiça racial é uma forma de negacionismo e racismo.

Em artigo publicado em maio de 2023, a jornalista Mariana Belmont pontua que “compreender e abordar o clima contemporâneo e a injustiça ambiental em um cenário racialmente discriminatório requer uma abordagem histórica sobre como o racismo moldou a economia, a política e as realidades climáticas e ambientais. E, claro, as estruturas jurídicas”.

 

Fonte: Alma Preta

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