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Organizações da América Latina lançam aliança para reduzir os desertos de notícias na região
O jornalismo na América Latina ainda enfrenta altos índices de desertos de notícias, áreas onde a prática do jornalismo profissional é quase inexistente ou enfrenta sérias restrições. Reconhecendo que a ausência de jornalismo local restringe a participação dos cidadãos, afeta a responsabilização dos entes públicos e ameaça a democracia, cinco organizações latino-americanas lançam uma aliança com o objetivo de reduzir os desertos informativos na região.
O PROJOR (Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo), o FOPEA (Foro de Periodismo Argentino), o FLIP (Fundación para la Libertad de Prensa en Colombia), a Fundação Gabo e IPYS Venezuela (Instituto Prensa y Sociedad de Venezuela) são as organizações que integram a Aliança pelo Jornalismo local na América Latina.
Entre as principais intenções da coalizão está o fornecimento de uma plataforma que torne visíveis as descobertas das investigações realizadas por seus membros, que trabalham na atualização de relatórios com novos dados sobre desertos de notícias. Além disso, a plataforma promoverá o intercâmbio de boas práticas, a implementação de estratégias colaborativas e a busca de soluções que envolvam tanto a atuação do Estado quanto dos cidadãos para superar os desafios enfrentados pelo jornalismo local.
A aliança também pretende estabelecer padrões compartilhados que sirvam de base para a implementação de políticas públicas e promovam o trabalho conjunto com a sociedade civil, empresas e ONGs na proteção dos ecossistemas de notícias. Esses padrões terão como objetivo incentivar o investimento em fundos econômicos que apoiem o trabalho jornalístico; garantir a formação contínua dos profissionais da mídia e permitir a geração de conteúdo de alta qualidade.
No Brasil, segundo o Atlas da Notícia 2022, 29,3 milhões de pessoas, em 2.968 cidades, carecem de mídia local, apesar de uma ligeira melhora em relação às edições anteriores. Na Argentina, 47,9% das localidades do país são desertos informativos, revelou um levantamento do FOPEA. A FLIP apresentou em 2019 que mais da metade dos municípios colombianos não possuem veículos de comunicação local. Na Venezuela, mais de 7 milhões de pessoas, representando 21% da população, vivem em municípios considerados desertos de notícias, de acordo com o IPYS Venezuela.
A aliança entre as organizações latino-americanas destaca a importância de um ecossistema de informação sólido para garantir o direito dos cidadãos de serem bem informados e fortalecer a democracia. E apela aos governos da região para que atuem com urgência, promovendo políticas públicas que protejam e desenvolvam o jornalismo local.
Fonte: Abraji
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