

ANDI lança guia inédito para jornalistas sobre a crise climática e os direitos de crianças e adolescentes
Publicação ANDI tem foco tanto na cobertura da COP 30 quanto no apoio a um trabalho contínuo de visibilidade do tema, enfatizando o papel da imprensa na proteção infantojuvenil em tempos de emergência climática
Em um momento decisivo para o futuro do planeta, a ANDI – Comunicação e Direitos lança, nesta segunda-feira (14), a publicação “Os direitos das crianças e dos adolescentes na pauta climática – Guia para a cobertura jornalística”, com o objetivo de apoiar jornalistas, comunicadores e criadores de conteúdo na cobertura qualificada da crise climática a partir de uma perspectiva ainda pouco abordada: a dos direitos infantojuvenis.
A obra chega em um ano emblemático para o Brasil, que sediará pela primeira vez a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), em Belém. O guia oferece ferramentas e subsídios para que profissionais de comunicação aprofundem o debate sobre o impacto desproporcional da emergência climática em crianças e adolescentes.
A infância na linha de frente da emergência climática
A crise climática ameaça diretamente a sobrevivência e o bem-estar de meninas e meninos. Eles são – os menos responsáveis pelo problema, mas estão entre os mais afetados por seus efeitos. Segundo o Índice de Risco Climático das Crianças do Unicef (2021), mais de 2 bilhões de crianças e adolescentes no mundo estão expostos a múltiplos riscos e estresses climáticos. No Brasil, mais de 40 milhões (quase 60% da população infantojuvenil) enfrentam pelo menos um risco climático: 8,6 milhões estão expostos ao risco de falta de água e 7,3 milhões enfrentam enchentes de rios e seus impactos, por exemplo.
O grupo de zero a seis anos é ainda mais vulnerável. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, crianças com menos de 5 anos representam 88% das doenças relacionadas às mudanças climáticas. Com os sistemas imunológico e neurológico ainda em formação, tornam-se alvos fáceis de infecções, desnutrição e efeitos indiretos de eventos extremos.
Direitos em risco
Os efeitos das mudanças climáticas não se limitam à saúde: em 2024, 250 milhões de crianças e adolescentes tiveram seus estudos interrompidos por desastres climáticos em todo o mundo. No Brasil, em 2024, 1,17 milhão de alunos foram impactados diretamente pelas enchentes no Rio Grande do Sul (que afetaram 2 mil escolas) e pela seca histórica na Amazônia (que prejudicou outras 1.700 escolas). A exposição ao calor extremo também tem afetado a qualidade da educação. Em 2025, as ondas de calor evidenciaram o despreparo da infraestrutura escolar: a maioria das salas de aula no Brasil não é climatizada.
Além disso, 64% das escolas nas capitais brasileiras estão localizadas em “ilhas de calor”, onde as temperaturas são ao menos 1°C mais altas do que nas áreas vizinhas, segundo estudo do MapBiomas e do Instituto Alana.
Essa realidade afeta diretamente a aprendizagem. Um relatório do Banco Mundial estima que crianças que vivem em cidades mais quentes no Brasil podem perder até 1,5 ano de aprendizado ao longo da vida escolar por causa das altas temperaturas.
A importância do Guia para a cobertura jornalística
Diante desse cenário, o novo guia da ANDI se propõe a cumprir um papel essencial: apoiar jornalistas na produção de conteúdo qualificado, humano e comprometido com os direitos das infâncias brasileiras. Entre os destaques do material estão:
- Explicações sobre a estrutura, o funcionamento e os processos das COPs;
- Dados e contextos que revelam a conexão direta entre crise climática e violações de direitos da infância e adolescência;
- Sugestões de pautas, fontes especializadas e abordagens éticas para reportagens aprofundadas;
- Um mapeamento de organizações que atuam na interseção entre clima e infância, incluindo coletivos liderados por crianças e adolescentes ativistas na luta por justiça climática.
“O jornalismo tem um papel estratégico ao traduzir as grandes negociações internacionais em histórias reais, conectadas com os desafios cotidianos enfrentados por meninas e meninos em todo o Brasil. Com este guia, queremos fortalecer a atuação da imprensa como aliada na proteção dos direitos infantojuvenis frente à crise ambiental”, afirma Miriam Pragita, diretora executiva da ANDI.
Com esta publicação, a ANDI reafirma seu compromisso com a promoção dos direitos humanos, ambientais e da infância e adolescência, convidando a imprensa a se engajar em uma cobertura mais sensível, qualificada e transformadora.
O material foi pensado para servir como um recurso contínuo para jornalistas que buscam aprofundar a cobertura antes, durante e após a COP 30 – e, sobretudo, como um chamado à ação: é hora de proteger as crianças e os adolescentes em um clima em transformação.
Acesse o guia e seja parte da mudança!
Serviço
📘 Lançamento do Guia “Os direitos das crianças e dos adolescentes na pauta climática”
Realização: ANDI – Comunicação e Direitos
Parceiros estratégicos: Act For Early Years e Fundação Van Leer
📍 Disponível gratuitamente no site da ANDI: https://andi.org.br/publicacoes
Mais informações
ffalcao@andi.org.br
(61) 2102-6508