Cai resistência à adoção de criança negra e mais velha

Veículo: Folha de S. Paulo - SP
Compartilhe

Sem restrição de cor, sexo ou estado de saúde. Ao preencher o cadastro de interessados em adotar, em 2009, a única exigência do casal Flávia e Thales Schettini era a idade. Eles queriam que a criança fosse mais nova do que o filho Matheus, na época com dois anos. Ao longo do processo, o casal mudou de ideia e passou a aceitar uma criança com até 6 anos de idade. Enquanto eles atualizavam o cadastro, outros casais faziam o mesmo no País. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostram que os casais selecionam cada vez menos a cor, o sexo e a idade dos filhos. Entre 2010 e 2014, a proporção de pretendentes que aceitava só crianças brancas caiu de 39% para 29%. Já a de indiferentes em relação à cor passou de 29% para 42,5%. Também aumentou o percentual dos que aceitam crianças com três anos ou mais. Em 2010, eram 41% do total de interessados; neste ano, são 51,5%. Para especialistas, ao menos três fatores explicam a mudança: a participação obrigatória dos candidatos a adoção em cursos oferecidos por ONGs e varas de infância e juventude, o trabalho de grupos de apoio e a maior divulgação do processo.

Temas deste texto: Adoção