Editoras atenuam livros para público adolescente

Veículo: Folha de S. Paulo - SP
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Inspirado no mercado florescente de romances para jovens adultos, um número crescente de biógrafos e historiadores está adaptando suas obras para torná-las palatáveis para essa faixa etária de leitores. Escritores de não ficção como Hillenbrand, Jon Meacham e Rick Atkinson estão tentando atenuar conteúdos perturbadores ou polêmicos em seus livros para conquistar esse público novo e impressionável. O fato é que essas versões resumidas, simplificadas e às vezes suavizadas de títulos populares de não ficção estão se tornando um nicho vibrante e lucrativo. As editoras lançam uma grande variedade desses livros. Meacham publicou recentemente sua primeira obra para crianças, uma versão para leitores a partir de 10 anos de sua biografia de 759 páginas de Thomas Jefferson. Pode ser um desafio manter o drama e as nuances de narrativas históricas quando o público-alvo tem menos de 13 anos. Meacham disse que debateu muito com seu editor sobre como descrever o relacionamento sexual de Jefferson com sua escrava Sally Hemings. Alguns educadores e especialistas em alfabetização questionam se versões infantis de títulos adultos de grande vendagem são de fato necessárias ou sequer uma boa ideia. Quando não havia esse tipo de livro, os jovens interessados em leitura simplesmente recorriam à versão adulta, um hábito ainda observado.

Temas deste texto: Cultura