Especialistas avaliam que excesso de medicação prejudica recuperação de jovens em fundação
A Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor (Febem) foi extinta por ineficiência. No lugar dela, a Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase) nasceu, mas a estrutura de tratamento para recuperar adolescentes em conflito com a lei permanece a mesma: estrutura física ultrapassada, excesso de medicação, castigos, superlotação e falta de monitores. Levantamento feito pelo jornal Zero Hora com 162 adolescentes internados em uma das casas da instituição em 2002, mostrou que 48 morreram e 114 foram condenados. Outros dois não voltaram a cometer atos infracionais. Um dos exemplos de problemas da antiga Febem que ainda persistem nas unidades é o excesso de medicação, conforme tem sido constatado por levantamentos mensais da Justiça. Em dezembro de 2011, detectou-se que 98% dos internos da Comunidade Socioeducativa (CSE) estavam sob medicação.
Reinserção –Coordenadora do Centro de Apoio à Infância e à Juventude do Ministério Público, a procuradora Maria Regina Fay de Azambuja aposta no investimento em educação, esporte e lazer como medida urgente para atender aos jovens privados de liberdade. “O Estado devia oferecer o que deixou de oferecer antes, mas o faz [dentro da Fase] de forma muito aquém do que está previsto. Minha impressão é de que trabalhamos inclusive nós, do MP apenas remendando o que está insuportável”, afirma.