Médicos anunciam ‘cura funcional’ de bebê com HIV

Veículo: A notícia foi publicada nos principais jornais do País - BR
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O relato da cura funcional de um bebê infectado por HIV nos EUA repercutiu intensamente no meio científico.  A cura funcional se dá quando há traços genéticos do HIV no sangue, mas o vírus não se replica mais. A equipe liderada pela médica Deborah Persaud, da Universidade Johns Hopkins, anunciou que o bebê, hoje com dois anos e meio, começou a receber três antirretrovirais poucas horas depois do parto. A mãe não sabia que era soropositiva e não tomou o coquetel de drogas usado para prevenir a contaminação do bebê. O ineditismo da situação deve-se ao fato de o vírus ter sido detectado no sangue do bebê em exames feitos no 2°, 7°, 12° e 20° dias de vida, antes de se tornar indetectável, no 29º. O tratamento continuou até os 18 meses de idade, período em que a carga viral ficou indetectável. Nesse momento, a mãe do bebê interrompeu o tratamento por dez meses, contrariando o protocolo. Ao retornar ao hospital, os médicos constataram que a menina ainda estava livre do vírus.

No Brasil –Cientistas da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em parceria com a Universidade da Califórnia, fizeram um estudo bastante parecido, administrando dois ou três antirretrovirais em até 48 horas após o parto em 1.684 recém-nascidos brasileiros. Uma diferença deste estudo para o caso americano é que não havia certeza se os bebês estavam infectados. O objetivo era a prevenção. Com o sucesso da abordagem americana, a médica Valdiléa Veloso, coordenadora da pesquisa no Brasil e diretora do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, afirma que vai revisar seus dados em busca de possíveis resultados similares em crianças brasileiras.

Temas deste texto: AIDS/HIV - Saúde - Saúde Materna