Médicos ‘prescrevem’ livros para crianças com menos de três anos

Veículo: Folha de S. Paulo - SP
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Mais do que diversão, a leitura de histórias para os filhos pequenos, especialmente os com menos de três anos, agora é "prescrição" médica. Uma nova recomendação da Academia Americana de Pediatria (APP) diz que os médicos devem orientar os pais a lerem em voz alta para os bebês como forma de estimular a linguagem, o desenvolvimento da alfabetização e o fortalecimento das relações afetivas entre eles. A mesma orientação deverá ser seguida pelos médicos brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). A ênfase dada às crianças pequenas (até três anos) tem uma explicação: os primeiros 36 meses de vida são cruciais para o desenvolvimento do cérebro e de habilidades como falar, aprender e pensar. Para editar a nova política, a APP se baseou em estudos que demonstram que bebês e crianças pequenas expostos à leitura têm melhores competências linguísticas quando ingressam na escola. No Brasil, mais da metade (56,5%) dos alunos com idade de oito anos chega à terceira série do ensino fundamental sem aprendizagem adequada para a leitura. E 70% não sabem escrever corretamente, segundo dados do Plano Nacional de Educação.

Temas deste texto: Ciência