Operação policial em São Paulo identifica pelo menos 20 grávidas que consomem crack

Veículo: Folha de S. Paulo - SP
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O impacto do uso do crack na gestação é tema de estudos na área de saúde nas últimas três décadas, e no entanto, ainda há controvérsias sobre os efeitos que a droga causa a longo prazo na criança. A questão voltou a ser discutida nos últimos dias devido às operações policiais realizadas na região da “cracolândia” em São Paulo, e em outros estados. No centro da cidade, pelo menos 20 usuárias estão em fase de gestação, segundo a Polícia Militar e a prefeitura. Poucas fazem o pré-natal. "Não há dúvida de que pode haver efeitos devastadores. Mas não podemos definir o quanto é do crack e o quanto está relacionado a maus hábitos que a gestante desenvolveu por conta da dependência", diz a médica Silvia Jorge. Entre os possíveis riscos, estão: nascimento prematuro; atraso no desenvolvimento; sequelas neurológicas; deficit de aprendizagem e hiperatividade. Outra preocupação dos especialistas é de não estigmatizar os bebês. “Não se deve criar uma expectativa negativa sobre o futuro desses bebês. Um ambiente afetuoso, estimulante e acolhedor é essencial para desenvolver o potencial de qualquer criança”, diz o psiquiatra infantil Ronaldo Rosa.

Centro anticrack previsto para fevereiro – Principal investimento da Prefeitura de São Paulo para dar apoio a dependentes de drogas da cracolândia, o Complexo Prates, capaz de atender até 1.200 pessoas ao dia, será inaugurado mesmo incompleto. O projeto, cuja construção custará R$ 8 milhões, fica a um quilômetro da “cracolândia”. O espaço terá área de recreação, banho e descanso e abrigos para adultos e crianças. A previsão é de que o complexo comece a funcionar em 8 de fevereiro.

Temas deste texto: Drogas