SP: Patrulhinha da água

Veículo: Folha de S. Paulo - SP
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Passando alguns dias com os avós durante as férias, Victor Hugo de Moura Monzani, 10, está aflito com a "missão" que abraçou nos últimos meses: a de controlar o desperdício de água em sua casa na Vila Mariana, zona sul. "Se eu não tô [em casa], é difícil saber se todo mundo tá economizando. Eu sou um vigia forever alone' [sempre sozinho]", conta. Em sua tarefa "solitária" de zelar pela economia de água, ele se vangloria de um grande feito: conseguiu que a irmã mais velha, Maria Eduarda, 11, diminuísse o tempo debaixo do chuveiro. "Ela ficava lá três horas. Eu batia na porta do banheiro e gritava: Duda, a água tá acabando! Daqui a pouco nem banho você vai poder tomar'", conta. A estratégia deu certo e agora ela gasta "uns cinco minutos". Ele também pega no pé de Lourdes, a empregada da casa. "Outro dia, ela tava lavando o quintal com mangueira e eu falei que não podia. Mangueira é pra usar só onde a vassoura ou a água do balde não alcançam", fala. Victor Hugo não é o único pequeno cidadão paulistano que se tornou patrulheiro do desperdício de água. Com a maior crise hídrica do estado de São Paulo nos últimos 84 anos, a preocupação com a falta de água chegou às rodinhas infantis.

Temas deste texto: Comportamento