Jornalismo preventivo e cobertura de situações de risco – Uma análise do tratamento editorial dedicado pela imprensa brasileira à dengue e à febre amarela

(2009)

Realização:

Esta obra é uma realização da ANDI e da Rede ANDI América Latina, com apoio do UNICEF – Oficina Regional para América Latina e Caribe.

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Apresentação

Foi em 2007 que a Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI), a Rede ANDI América Latina e o Unicef (Oficina regional para América Latina e Caribe) deram início a uma série de reflexões sobre duas importantes e complementares facetas do jornalismo: as coberturas de caráter preventivo e aquelas com a clara função de reportar e investigar situações de risco e crise já instaladas.

O tema não interessa somente à área da saúde stricto sensu – cabe lembrar que epidemias, por exemplo, são inequivocamente situações de risco presentes ou futuras. Nesse sentido, as discussões em torno das perspectivas mais amplas sobre o jornalismo de prevenção e o jornalismo que apura circunstâncias de risco também são úteis para a compreensão de outros fenômenos. Crises ambientais, econômico-financeiras, políticas ou de segurança estão entre as diversas situações que podem ser lidas jornalisticamente a partir dos elementos apresentados nesta série de publicações sobre coberturas com foco preventivo e foco de risco.

O primeiro livro da coleção abordou uma situação de crise ainda não concretamente instalada: a provável pandemia de gripe aviária. Nesse cenário, como se pode imaginar, foi e segue sendo altamente relevante a introdução da ideia de prevenção. Defendeu-se que o jornalismo tem um papel crucial a desempenhar na cobrança junto às autoridades públicas para que medidas que minorem os impactos de uma pandemia de gripe aviária sejam tomadas e, igualmente relevante, para que os sistemas de saúde estejam mais preparados na eventualidade trágica da efetiva ocorrência de uma epidemia de proporções globais.

Tudo isso, é claro, em um cenário não muito afeito à lógica natural de operação da atividade jornalística – a qual dá importância a fatos concretos e não a fenômenos que poderão (quem sabe?) ocorrer em um futuro incerto.

Este segundo volume volta a sublinhar as principais funções que o jornalismo pode exercer quando os profissionais da notícia estão diante de situações emergenciais deflagradas ou prováveis. Não obstante, traz algumas novidades em relação
ao texto que se debruçou sobre o case da gripe aviária.

Nas páginas seguintes serão debatidas as ideias de jornalismo preventivo e de cobertura de situações de risco – bem como os papéis da mídia noticiosa no que se refere a agendar a esfera pública de discussões, a informar contextualizadamente e a atuar como uma instituição de cobrança das autoridades públicas (watchdog role).

Esse debate será delineado pela análise empírica de como seis jornais impressos e quatro telejornais de rede cobriram a ocorrência de casos de febre amarela na região Centro-Oeste do Brasil, em janeiro de 2008, e a epidemia de dengue que teve lugar no Rio de Janeiro, ao longo do verão daquele mesmo ano. Dados de cobertura, as percepções de jornalistas que trabalharam com o tema e de fontes de informação consultadas pela imprensa no período compõem o cardápio dos debates apresentados.

Com este trabalho, UNICEF, ANDI e Rede ANDI América Latina buscam contribuir para que os atores governamentais e os profissionais dos meios noticiosos possam garantir uma comunicação adequada e eficaz no que se refere à prevenção
e ao combate de epidemias.

Boa leitura!

  

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