Desafios da Sustentabilidade – Tecnologia social no foco dos jornais brasileiros (Série Mídia e Mobilização Social: Volume 10)

(2006)

Realização:

ANDI, Fundação Banco do Brasil, Petrobras e Cortez Editora

A reflexão sobre a temática do desenvolvimento torna-se cada dia mais complexa, em especial em um País com as características do Brasil. Antes de mais nada, ainda necessitamos amplificar o entendimento de que desenvolvimento não é meramente sinônimo de crescimento econômico. Não por outra razão, nas últimas décadas o uso do termo passou a ser associado a adjetivos como “humano” e “social” – identificando a premência de estendermos os benefícios decorrentes do progresso ao conjunto da humanidade.

Por outro lado, o debate sobre desenvolvimento não pode permanecer deslocado da constatação dos riscos de esgotamento dos recursos naturais e seu impacto sobre o meio-ambiente e as condições de vida das populações. Um modelo mais eficaz – a ser perseguido não apenas por uma ou outra nação, mas com base em um esforço planetário – deve necessariamente assegurar ao conceito de sustentabilidade uma posição central.

Finalmente, parece essencial investir na desconstrução da idéia, amplamente disseminada no imaginário das sociedades contemporâneas, de que desenvolvimento diz respeito prioritariamente a aprimoramentos no campo da ciência e da tecnologia convencionais. Tal abordagem resulta, entre outras graves perdas, na desvalorização do potencial contido em conhecimentos tradicionais, não raro oriundos de populações em situação de exclusão sócio-econômica. Além disso, ignora-se que uma nova proposta de desenvolvimento deve ir além da produção de bens e serviços – faz-se necessário apostar também em metodologias de gestão de cunho
participativo, capazes de contribuir para a autonomia dos indivíduos e comunidades, impulsionando os níveis de capital humano e social.

É nesse cenário que se coloca a Tecnologia Social, conceito sob o qual reúnem-se hoje diferentes metodologias, técnicas ou produtos com potencial efetivo de reaplicação e transformação social. Mas apesar de toda a sua relevância, falta ainda a estas soluções garantir destaque na agenda pública brasileira – processo que não pode prescindir da contribuição da imprensa.

O presente volume atende à exigência de repercutir esse leque de questões, buscando a consolidação de espaços qualificados de diálogo, nos quais as Tecnologias Sociais sejam reconhecidas como ferramentas estratégicas para a articulação de políticas públicas calcadas em novos modos de desenvolvimento.

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