Infância e Consumo: Estudos no campo da comunicação

(2010)

Realização:

Instituto Alana

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O conceito de infância não é natural e sim construído sócio-historicamente. Ou seja, cada época e cultura tendem a proferir um discurso sobre a infância que apresenta características próprias, contribuindo assim para moldar e estabelecer o lugar social das crianças. Atualmente, cabe lembrar, é cada vez mais predominante a presença das mídias no cotidiano de crianças e jovens, ditando padrões de socialização, transmitindo valores, circulando informações e, também, estimulando o consumo.

É inegável que uma outra pedagogia se instalou na vida das crianças brasileiras, as quais estão, por exemplo, entre as campeãs mundiais no que se refere ao tempo diário passado em frente às telas da televisão – quase 5 horas, segundo dados do Ibope. Assim, não podemos mais relegar a segundo plano a existência deste mecanismo educacional informal. Da mesma forma torna-se que alcança este estrato da sociedade por meio dos mais diversos canais de comunicação e informação. Conseqüentemente, nota-se imprescindível articular políticas públicas que promovam a produção de qualidade dirigida a meninos e meninas. Ao mesmo tempo, devemos implementar medidas para protegê-los de conteúdos inadequados a seu desenvolvimento integral.

É nesse cenário que se situa a presente publicação, iniciativa da Agência de Notícias dos Direitos da Infância – ANDI e do Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana. Reunindo 7 artigos redigidos por alunos de graduação da área de Ciências Humanas de todo o país, em parceria ou com apoio de seus orientadores. As páginas a seguir perpassam três grandes temáticas que mobilizam tanto a academia quanto os formuladores de políticas públicas: Criança, Consumo e Mídia; Representações da Infância na Mídia; e Educomunicação e Consumo.

Os artigos apresentam alguns dos resultados obtidos nos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) produzidos pelos autores, todos eles bolsistas da 4° edição do InFormação – Programa de Cooperação para Qualificação de Estudantes de Jornalismo, mantido pela ANDI com apoio do FNPJ – Fórum Nacional de Professores de Jornalismo. As monografias foram defendidas em universidades públicas ou privadas de ensino superior, no final do ano de 2009.

Ao conceder essas bolsas de estudo, o objetivo das duas organizações é estimular a produção de trabalhos sobre alguns dos temas considerados mais urgentes para agenda pública quando estão em foco os direitos da infância e da adolescência. Acreditamos, também, que os artigos aqui presentes registram os passos iniciais de um processo maior de aprendizagem que se abre para estes futuros profissionais.

Esperamos que os textos possam contribuir para a ampliação e fortalecimento do debate acadêmico acerca da relação da criança com a mídia na atualidade, além de iluminar a responsabilidade a ser compartilhada por diferentes atores para construção de uma sociedade que honre a infância como prioridade absoluta, garantindo o exercício pleno dos direitos de crianças e adolescentes.