Muito além da internação: Lei do Sinase uniformiza medidas socioeducativas em todo o País

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Favorecer uma perspectiva de vida construtiva para os jovens em conflito com a lei. Esse é o objetivo dos parâmetros previstos no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), sancionado pela presidente Dilma Rousseff  em janeiro.

 
A presidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.594, que institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). O texto regulamenta a execução das medidas socioeducativas destinadas a adolescentes autores de ato infracional. A lei, que foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) do dia 19 de janeiro de 2012, entra em vigor em 90 dias.  A proposta tramitou quatro anos na Câmara e no Senado. Nesse mesmo período, a resolução nº 119 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda)/Secretaria de Direitos Humanos (SDH) iniciou a implementação do Sistema Socioeducativo. 
 
Com a força de lei, o Sinase terá aplicação uniforme e serão estabelecidas as competências de cada instância do Executivo. Dessa forma, organizando as três esferas de poder e as contribuições da sociedade e da família, o Sistema deve oferecer ao jovem, em especial, a possibilidade de (re)inserção sociocultural, diminuindo a reincidência das infrações.
 
A Secretaria de Direitos Humanos (SDH) será responsável por coordenar as ações. As secretarias dos Estados e Municípios das diversas áreas – como Saúde, Educação, Trabalho e Assistência Social, entre outras — devem  articular-se para garantir o acesso do/a jovem  aos serviços de saúde, à escola formal e formação para o mercado de trabalho (leia mais sobre o Sinase na edição anterior do Direto ao Assunto — “Abrindo Caminhos: Congresso analisa lei das políticas socioeducativas”— www.andi.org.br).
 
Com algumas das medidas do Sinase já estabelecidas pela resolução do Conanda, o número dos grandes complexos de internação diminuiu, bem como houve avanço na descentralização e regionalização dos programas. 
 
“Isso certamente diminuiu o número de grandes rebeliões. São mais comuns pequenos motins devido ao maior controle e quantidade reduzida de internos. Mesmo assim, ainda há muitos avanços a conquistar”, explica o presidente da Fundação Criança de São Bernardo do Campo, Ariel Castro Alves. 
 
 
“Antes de vir para cá, passamos por uma vida em que o crime parece ser a única solução. Mas quando vamos cumprindo a medida, vamos tomando razão da seriedade do que fizemos e passamos a ter um projeto diferente de vida. Temos que demonstrar muito interesse e fazer escolhas muito difíceis”. 
 
IS, 18 anos
 
 
Guia de Fontes
 
Andrea Arruda
Psicóloga da Equipe Perdão e Justiça
Centro de Direitos Humanos e Educação Popular de Campo Limpo (Cdhep)
(11) 9214-9757
(11) 5511-9762
andrea.arruda@cdhep.org.br
 
Lisley Braun 
Diretora de Saúde e Articulação da Rede Social
Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas
Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais
Marcos Novato – Assessoria de Imprensa
(31) 3915-5543
 
Thelma Oliveira 
Coordenadora do Sinase
Secretaria de Direitos Humanos – Presidência da República
Assessoria de Imprensa
(61) 2025-3976 / 3498
 
Eloísa Machado
Advogada, doutoranda em Direitos Humanos e consultora da Conectas
(11) 2339-6069
 
Ariel de Castro Alves 
Presidente da Fundação Criança de São Bernardo do Campo 
(11) 4126-1319 / 8346-9534 / 9652-3119 
ariel.alves@uol.com.br 
 
Por Gabriela Goulart