Ameaça de morte a antropólogo e indígena Guarani-kaiowá resulta em manifesto
O relato de Tonico Benites sobre a intimidação que sofreu está sendo amplamente divulgado nas redes sociais
A Associação Brasileira de Antropologia (ABA) publicou em seu site um manifesto de indignação em relação à ameaça de morte e intimidação armada contra o antropólogo e indígena da etnia Guarani-kaiowá Tonico Benites. Ele relatou em texto amplamente divulgado na internet que na manhã do último dia 6 foi abordado em uma estrada em frente a aldeia Pirajuí-Paranhos (MS) por um homem com dois revólveres. O antropólogo estava acompanhado pela esposa, grávida de sete meses, e outras crianças.
Mestre em Antropologia Social e doutorando do PPGAS-Museu Nacional da UFRJ, ele tem participado dos contatos mantidos pela ABA com as autoridades e está indicado para representar a entidade no Ciclo de Debates: A criança indígena e os seus direitos fundamentais, que se realizará nos dias 19 e 20 de abril de 2012, em Campo Grande/MS.
A ABA afirmou que o atentado “causa consternação e infringe os dispositivos da Constituição o quadro de violência contra os indígenas instalado em MS, que leva ao desrespeito cotidiano de seus mais elementares direitos.” A associação lembrou que ações como esta atingem também o exercício da pesquisa científica, com limitações constantes ao trabalho dos antropólogos. “As pressões e perigos são ainda exponencialmente agravados quando o antropólogo é um indígena Guarani-kaiowá, como é o caso de Tonico Benites. Nem o fato de estar inserido em uma programa de proteção aos defensores dos direitos humanos do SEDH foi capaz de deter a ação de seus agressores”, expõe o manifesto.
A associação solicitou às autoridades que reforcem o aparato da polícia Federal e da Força Nacional na região, de maneira a controlar a violência contra os indígenas, bem como que aceleram as ações administrativas que visam o reconhecimento das terras indígenas naquele estado.
Leia na íntegra o relato de Tonico Benites.
(Fonte: site da ABA)