Com o objetivo de melhorar a educação de alunos moradores de vilas rurais em Gana, África, que sofrem constantemente com apagões, os alunos da Universidade de Surrey, no Reino Unido, estão construindo lanternas movidas à energia solar para ajudar os alunos que estudam à noite.
Como parte do curso de sociologia para uma aula na Universidade Politécnica Kwantlen, no Canadá, cinco estudantes, Peter Vo, Andrew Suitner, Alise Scott, Kerri Chistensen e Andrews Owusu, trabalharam no projeto intitulado de “Kwantlen lanterna solar” que utiliza tecnologia de baixo custo.
A idéia das lanternas partiu do professor da Kwantlen, Charles Quist-Adade, que foi criado em Gana e muito bem familiarizado com as dificuldades dos estudos noturnos.
“Eu experimentei as dificuldades de estudar à noite”, contou ele ao portal Surrey the Now.
“Às vezes eu chegava em casa tarde e só tinha duas lâmpadas de querosene na aldeia e às vezes eu estava usando uma para fazer a minha lição de casa e alguém vinha e pegava emprestada e nunca mais devolvia.”
Quist-Adade não tinha como terminar a sua lição de casa e, muitas vezes fazia no dia seguinte na escola. “Se eu tivesse essas luzes eu teria sido um gênio, pois estaria sempre lendo. Se eu tivesse algo parecido com isto no meio da noite eu leria até de madrugada”, exclamou ele.
Após a vinda para o Canadá, Quist-Adade fez várias viagens de volta ao seu país de origem, mas ficou chocado ao ver que as condições não mudaram nos últimos 30 anos. Isso o levou a pensar em soluções, além disso, foi também uma oportunidade perfeita para envolver seus alunos.
Os estudantes começaram a construir as lanternas caseiras em setembro de 2011 e pretendem levá-las para várias aldeias na região central de Gana, a partir do dia 29 de junho de 2012. Eles também pretendem arrecadar dinheiro para oferecer materiais escolares e bolsas de estudos aos estudantes carentes. Um livro de instruções com fotos detalhadas também serão fornecidos, bem como alguns materiais de treinamento para os estudantes em Gana construírem suas próprias lanternas.
Mas o projeto não pára por aí. Quist-Adade tem planos para realizar um estudo etnográfico de três a cinco anos que irá acompanhar o progresso acadêmico dos alunos que receberam as lanternas. Ele também espera ser capaz de expandir o projeto para outros países, como Haiti e Serra Leoa.
Ele cita Kwame Nkruma, o primeiro presidente do Gana, para descrever a filosofia utilizada no projeto e ensino. “Conhecimento por causa do conhecimento não é bom o suficiente”, citou ele. “Teoria sem prática é cega, e a prática sem teoria é vazia, então o que eu faço é dar aos meus alunos a oportunidade de traduzir o conhecimento teórico para prático, especialmente para ajudar os indefesos”, explicou Quist-Adade.
O projeto está sendo realizado com a colaboração da Associação de Gana-canadense de British Columbia (GCABC), Educação Africano através da Tecnologia (Afretech), e a Fundação Canadá-Africano para Educação Rural (CANAFRE).
Fonte: EcoDesenvolvimento