Entidades internacionais pedem comprometimento do governo mexicano para proteção de jornalistas
Segundo levantamento feito pela Human Rights Watch (HRW) o México continua sendo um dos países mais perigosos para o exercício do jornalismo. A Corte Nacional de Direitos Humanos denuncia pouco comprometimento do governo no cumprimento de suas recomendações, entre elas o fim da impunidade nos crimes contra profissionais da imprensa.
Ao contrário do que se pensa, não provêm das organizações criminosas a maior parte das agressões à liberdade de imprensa. A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) aponta que cerca de 60% dos ataques a jornalistas resultam de funcionários públicos que se sentem atacados ou expostos. A situação é tão preocupante que alguns estados, como Veracruz, já não publicam reportagens sobre segurança pública, reflexo claro da autocensura já difundida no país.
Tendo em conta esta situação, representantes da Anistia Internacional no México abriram espaço de diálogo a fim de reunir para garantir maior segurança aos jornalistas. Entre as recomendações arroladas estão a promoção do jornalismo cidadão e o desenvolvimento de tecnologias para o transporte seguro de informações. Porém, os projetos apresentados devem contar com o compromisso estatal de proteger jornalistas e ativistas, ressaltou a organização.
O Congresso do Estado também está discutindo a aprovação da Lei para a Proteção e Garantia da Liberdade de Expressão. A normativa está sendo construída levando em conta opinião de jornalistas, ativistas e dos meios de comunicação e prevê a criação de um Manual de Medidas Preventivas e de Proteção para os jornalistas, além da instauração de uma Comissão de Prevenção e Proteção que deverá proteger a integridade física dos profissionais da imprensa.
Apesar de reconhecerem a importância da proposta, jornalistas temem que ela se torne mais uma promessa e que não se faça cumprir. Devido à pressão internacional e de grupos organizados do país, vários compromissos já foram assinados pelo governo comprometendo-se com a garantia da liberdade de expressão, mas o México ainda conta com uma cifra de 86 jornalistas assassinados em uma década, 20 desaparecidos desde 2005 e 14 no exílio.
Para mais informações (1)
Para mais informações (2)
Para mais informações (3)