Pesquisa levanta dados sobre a percepção dos brasileiros sobre os meios de comunicação

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Lançada no último dia 16 de agosto, a pesquisa “Democratização da mídia”, realizada pelo Núcleo de Estudos e Opinião Pública (NEOP) da Fundação Perseu Abramo, abordou temas como a percepção da população sobre a neutralidade dos meios, levantou opiniões em relação às propostas de regulamentação do setor e avaliou como os diferentes segmentos se veem representados na televisão e no rádio.

Resultados da pesquisa demonstram que, apesar da expansão da internet, a TV aberta permanece com penetração virtualmente universal, assistida diariamente por 82% da população. Porém, 71% dos brasileiros acreditam ser necessário uma melhor regulamentação da programação veiculada e 66% acreditam que tal regulação deve se estender para a publicidade neste veículo.

A pesquisa aponta que os brasileiros não adotam uma postura nem puramente crítica, nem puramente ingênua, em relação à imparcialidade dos meios de comunicação. Porém, a maioria – 66% – acredita que os interesses defendidos são, sobretudo, os dos próprios donos dos grupos de mídia e dos que têm mais dinheiro.

O brasileiro também não se reconhece na TV, apontam os dados levantados pela Fundação Perseu Abramo. Mais de 50% da população acredita que mulheres, nordestinos e negros são tratados “quase sempre” ou “às vezes” com desrespeito.

Regulamentação da mídia

De acordo com o estudo, 7 em cada 10 brasileiros não sabem que as emissoras de TV aberta são concessões públicas. Entretanto, cerca de metade dos brasileiros sabe que existem regras para se definir o que passa na TV, embora grande parte das pessoas avalie que “cada emissora passa o que quer”.

Frente à possibilidade de que haja mais regras para a programação e publicidade na TV, 46% população acredita que deve haver um “controle social”, por meio de um órgão ou conselho que represente a sociedade. Cerca de um terço da população defende a autorregulamentação, como vigente, e apenas 19% é favorável ao controle estatal.

A maioria se declara favorável que a TV não veicule palavrões, não exponha gratuitamente o corpo da mulher, cenas de crueldade com animais, cenas de nudez ou sexo, cenas de violência, uso de drogas e cenas de violência ou humilhação contra a população negra, contra gays e lésbicas e contra mulheres.

A pesquisa foi recebida como um importante instrumento para o debate de políticas públicas para o setor das comunicações. Segundo Altamiro Borges, do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, com a ajuda destes dados, o debate público sairá do “achismo” e passará a ter bases sólidas. O jornalista chama atenção para o fato de que “mesmo não tendo a compreensão de que se trata de uma concessão pública, a população defende regras”.

Fonte: Fundação Perseu Abramo

Acesse aqui a pesquisa completa