Publicação mostra a situação das políticas de comunicação e gênero na América Latina

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A Associação Civil Comunicação para a Igualdade lançou o livro digital “Políticas Públicas de Comunicação e Gênero na América Latina: um caminho por percorrer”. A publicação, escrita em espanhol,reúne artigos de pesquisadoras da região e focaliza a realidade de seis países: Argentina, Brasil, Colômbia, México, Uruguai e Venezuela.

De acordo com Cynthia Ottaviano, responsável pelo prólogo do livro, não há políticas de comunicação voltadas para o gênero no continente. A avaliação é de que as nações investigadas no estudo estão longe de possuir meios de comunicação construtores de sentidos inclusivos e democráticos. “A imagem da mulher é 'apresentada de forma incompleta ou tendenciosa', como assegura Rachel Moreno, do Brasil; 'estereotipada e discriminatória', segundo Luisa Kisslinger, da Venezuela”, indica.

Entre as causas da construção deturpada do gênero pela mídia está o histórico de concentração dos meios latinoamericanos, voltados ao interesse de poucas famílias. “Conseguiram consolidar uma matriz hegemônica da propriedade dos meios; uma elite comunicacional que excluiu aos povos e seu direito à comunicação”, completa Ottaviano.

Os homens também não estão livres de estereótipos. É comum que os meios de comunicação os vincule como seres “dominantes, seguros, competitivos” ante “à evidência das emoções, qualquer traço de vulnerabilidade, são descartados”. Já as pessoas com identidade de gênero diferente, como mostra Sandra Chaher, da Argentina, tendem a ter um lugar marginal, quando não são representados como delinquentes pelos meios de comunicação.

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