OMS alerta que países mais pobres são os mais afetados por publicidade de cigarro

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Moradores de países pobres, especialmente os mais jovens, são os mais expostos à publicidade intensa e agressiva do tabaco, alertou um estudo publicado nesta terça-feira (01) pela Organização Mundial da Saúde.

A pesquisa é a primeira em comparar estatisticamente os níveis de publicidade da indústria tabagista em uma ampla gama de países desde 2005, quando os países assinaram o Convênio-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco, que inclui a proibição de propaganda relacionada a estes produtos. As doenças relacionadas com o tabaco são a principal causa de mortes evitáveis no mundo. Estima-se que o consumo causará 8,4 milhões de óbitos em 2020, 70% delas em países em desenvolvimento, onde há cerca de 900 milhões de fumantes.

O levantamento mostra que a publicidade continua a crescer apesar dos esforços de muitos países para coibi-la. Para a OMS, a falta de adoção de medidas imediatas pode provocar uma ameaça iminente para a saúde de residentes de países com menos recursos econômicos.

“A indústria tabagista utiliza a publicidade para impulsionar o hábito de fumar entre as crianças e a população mais jovem”, explicou uma das autoras, a catedrática Anna Gilmore, diretora do Grupo de Investigação de Controle do Tabaco na Universidade de Bath, Reino Unido.

“As vendas de cigarro estão caindo nos países de alta renda, o que faz com que seus lucros futuros dependam de enganchar ao tabaco a população jovem de países de baixos recursos. Nosso estudo mostra a extensão de seus esforços para conseguir isso”, adicionou.

Como parte do levantamento, os pesquisadores entrevistaram 12 mil pessoas em 16 países. Em geral, praticamente 10% dos entrevistados afirmaram ter visto publicidade em ao menos cinco tipos de meios nos últimos seis meses e 45% disseram ter visto ao menos uma propaganda.

“Os resultados do estudo refletem que as proibições generalizadas da publicidade de cigarro, a promoção e o patrocínio são uma das medidas de controle do tabaco menos adotadas pelos países, especialmente pelos países de baixa renda”, disse o diretor da iniciativa “Livrar-se do tabaco” da OMS, Armando Peruga.

Fonte: ONU Brasil