ONG Escola de Gente terá 10 jovens na 3ª Conferência Nacional de Juventude

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Com o objetivo de transformar em lei propostas que garantem aos/às jovens, com ou sem deficiência, mais acessibilidade e mais inclusão, a ONG Escola de Gente – Comunicação em Inclusão estará presente na 3ª Conferência Nacional de Juventude, cujo tema é “As várias formas de mudar o Brasil”. O grande fórum acontecerá de 16 a 19 de dezembro, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. A Escola de Gente, que há 13 anos trabalha para que as políticas e leis inclusivas se transformem em práticas cotidianas inclusivas, principalmente para a população que tem deficiência e vive na pobreza, levará para a capital nacional cinco propostas para aprovação, três delegadas, sendo duas escolhidas pela etapa digital e uma nata por ser conselheira do Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE), e sete observadores/as.  Os 10 jovens foram formados pelo 2º JUVA (Encontro Brasileiro de Juventude pela Acessibilidade), realizado pela Escola de Gente em agosto deste ano, com o patrocínio da Petrobras e parceria da Oi Futuro. Vale destacar que, desde 2005, a ONG integra o Conselho Nacional de Juventude, com a cadeira "Jovens com deficiência".

A prioridade dos/as jovens do 2º JUVA é participar de uma sociedade inclusiva, onde todos/as tenham equiparação de oportunidades. A fim de expandir essa ideia e sensibilizar os outros três mil jovens da Conferência, a Escola de Gente realiza na programação oficial da Conferência Nacional de Juventude a OFICINA INCLUSIVA – JUVENTUDE PELA ACESSIBILIDADE – JUVA, dia 18 de dezembro (sexta-feira), das 14h às 15h30. Essa será a única oficina da Conferência com total acessibilidade para os participantes (estenotopia, audiodescrição, Libras, material didático acessível e linguagem simples).

A missão dos representantes da Escola de Gente na 3ª Conferência Nacional de Juventude será apresentar e aprovar propostas elaboradas na Conferência Livre de Juventude, realizada como parte do 2º JUVA, e que contou com a participação de mais de 60 jovens de todas as regiões do país. Dessa Conferência foram priorizadas cinco propostas para serem inseridas na etapa digital da Conferência Nacional de Juventude. A partir de votações abertas ao público, as propostas da Escola de Gente, além de selecionadas, contemplaram duas jovens para serem delegadas: Margarita Ieong e Daniele Mariano, ambas do Rio de Janeiro.  Foi a única Conferência Livre de todo o país com total acessibilidade. O conceito de "linguagem simples" foi a grande novidade em acessibilidade, utilizado sempre que surgiam dúvidas sobre qualquer palavra ou expressão desconhecida da plateia. Bastava que a pessoa manifestasse a dúvida para que a solução fosse apresentada. Nesse sentido, o 2º JUVA serviu de inspiração para que a Secretaria Nacional de Juventude e CONJUVE se comprometessem com uma conferência com total acessibilidade.

 

Oficina Inclusiva – Juventude pela Acessibilidade – JUVA – Sexta-feira, 18/12

No dia 18/12, das 14h às 15h30, no Espaço Vivências Reflexões, a Escola de Gente realizará, com total acessibilidade, a Oficina Inclusiva – Juventude pela Acessibilidade – JUVA. Será a única oficina da Conferência Nacional de Juventude 100% acessível. Os participantes terão à disposição os recursos de estenotopia, audioconferência, Libras, material didático acessível e linguagem simples. A Oficina Inclusiva – Juventude pela Acessibilidade – JUVA vai destacar, especialmente, o direito à comunicação. Através de um conjunto de dinâmicas, a oficina inclusiva quer fazer com que cada jovem participante seja um multiplicador do conceito e da prática de uma sociedade inclusiva em suas práticas diárias. Para isso, a atividade irá proporcionar vivências, despertar reflexões e disseminar informações sobre diversidade, não-discriminação e inclusão de grupos em situação de vulnerabilidade na sociedade, especialmente pessoas com deficiência. A metodologia abordada na oficina foi desenvolvida pela Escola de Gente para propiciar as vivências inclusivas e buscar acessibilidade total na comunicação, como também o protagonismo das pessoas com deficiência, de modo que se expressem, exercitem a ética na diversidade e levem ao cumprimento da legislação brasileira inclusiva.

 

Propostas

Das 17 propostas elaboradas na Conferência Livre organizada pela Escola de Gente, cinco serão levadas à Brasília. Para que pudessem fazer parte da pauta da Conferência Nacional de Juventude, as propostas da ONG foram cadastradas no aplicativo do #3confjuv, assim como todas as outras propostas desenvolvidas em conferências realizadas no país. Elas precisaram passar por votação e, das mais de 2700 recebidas, foram selecionadas 305 propostas. Ao fim da Conferência Nacional de Juventude serão eleitas 14 propostas prioritárias, sendo uma para cada eixo temático relacionado ao Estatuto da Juventude (Participação, Educação, Trabalho, Diversidade e Igualdade, Saúde, Cultura, Direito à Comunicação, Esporte e Lazer, Meio Ambiente, Território e Mobilidade e Segurança e Paz) e três consideradas como prioridades gerais.

Inseridas em cinco eixos temáticos, as propostas que a ONG Escola de Gente levará à Conferência Nacional de Juventude são:

Eixo de Cidadania: Garantir formação continuada em acessibilidade arquitetônica, comunicacional, atitudinal, instrumental, programática e metodológica para trabalhadores/as do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, qualificando o atendimento a todas as pessoas e, particularmente, a adolescentes em conflito com a lei.

Eixo de Educação: Inserir na grade curricular dos ensinos fundamental e médio a disciplina “Inclusão e Acessibilidade”, para que, desde a infância, as pessoas tenham o aprendizado do processo de inclusão e trabalhem para a construção, com a obrigatória integração dos entes federados, de uma política nacional de acessibilidade ampla (arquitetônica, comunicacional, atitudinal, instrumental, programática e metodológica).

Eixo de Direito à Comunicação: Fomentar o estudo e a pesquisa para o desenvolvimento e a democratização de tecnologias assistivas (conjunto de métodos, técnicas e recursos que garantem autonomia a pessoas com deficiência).

Eixo de Segurança e Paz: Criar um Programa de Acessibilidade (arquitetônica, comunicacional, atitudinal, instrumental, programática e metodológica) para o atendimento socioeducativo no Brasil, com foco em adolescentes em conflito com a lei, seus/suas familiares e profissionais do sistema socioeducativo.

Eixo de Cultura: Garantir acessibilidade comunicacional (Libras, audiodescrição, desenho universal, estenotipia, braile, texto com letra ampliada, entre outros) nos espaços culturais.

 

2º JUVA/ Conferência Livre de Juventude

Uma iniciativa da Escola de Gente, que contou com patrocínio da Petrobras e parceria do Instituto Oi Futuro, o 2º Encontro Brasileiro de Juventude pela Acessibilidade (2º JUVA), com o tema “Políticas Inclusivas: Juventude, Participação e Acessibilidade”, foi realizado em agosto de 2015,  em Brasília. O 2º JUVA reuniu cerca de 50 jovens, de 18 a 29 anos, com e sem deficiência, de todas as regiões do paíse teve o objetivo de empoderá-los para uma maior incidência política da juventude brasileira nas decisões que levam o Brasil a se tornar uma nação cada vez mais inclusiva. O Encontro ofereceu uma ampla e diversificada oferta de recursos de acessibilidade, como estenotipia, materiais didáticos em meio digital, braile, formato Daisy, Libras e audiodescrição, entre outros.  Durante o 2º JUVA, foi realizada a Conferência Livre de Juventude, a primeira exclusivamente de jovens das mais de 600 já realizadas este ano, entre livre, estadual, municipal e de territórios, com total acessibilidade. A Conferência Livre gerou as propostas as que serão apresentadas na 3ª Conferência Nacional de Juventude.

 

A Escola de Gente – Comunicação em Inclusão

Fundada pela jornalista Claudia Werneck em 2002, a ONG Escola de Gente já sensibilizou mais de 460 mil pessoas de 19 países e 21 estados de todas as regiões do Brasil, além de contar com parceiros/as da sociedade civil, governos, Ministério Público da União, conselhos de direitos, cooperação internacional e empresas. Por sua atuação, a ONG recebeu 31 reconhecimentos nacionais e internacionais, dentre eles dois da Presidência da República: o “Prêmio Direitos Humanos 2011” na categoria “Direitos de Pessoas com Deficiência”, a mais alta condecoração do Estado brasileiro na área dos Direitos Humanos; e a Ordem de Mérito Cultural 2014, por sua contribuição ao país na categoria “Artes Integradas”.

A Escola de Gente trabalha para que as políticas públicas se tornem inclusivas, ou seja, que garantam direitos humanos também para quem tem deficiência e vive na pobreza, especialmente crianças, adolescentes e jovens. A participação em conselhos, produção e disseminação de marcos teóricos e metodologias próprias, formação de juventudes em mídias acessíveis em universidades, comunidades e favelas, criação de indicadores, consultorias e distintas ações na área da cultura são papéis desempenhados pela Escola de Gente.