Cinco em cada seis crianças menores de 2 anos não recebe nutrição adequada, diz UNICEF
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) publicou um novo relatório nesta sexta-feira (14) com a alarmante estatística de que cinco em cada seis crianças do mundo com menos de 2 anos não estão recebendo nutrição adequada para o crescimento e desenvolvimento cerebral.
A nutrição infantil durante os primeiros 2 anos de vida é crítica para o desenvolvimento e a sobrevivência. Apesar de ter havido uma redução da desnutrição nos últimos 10 anos, o nanismo continua a afetar 156 milhões de crianças com menos de 5 anos, enquanto do outro lado do espectro, 42 milhões de crianças estão com sobrepeso ou obesas — um aumento de 11 milhões desde 2000.
O relatório alerta para a necessidade de amamentação de crianças de até 2 anos, além da alimentação complementar. “Crianças e bebês têm mais necessidades de nutrientes. Mas os corpos e cérebros de milhões delas não atingem seu potencial porque estão recebendo pouca comida”, disse France Begin, assessora de nutrição do UNICEF. “A má nutrição em tal estágio da vida causa danos mentais e físicos irreversíveis”, completou.
O estudo revelou também que apenas metade das crianças entre 6 e 23 meses é alimentada com o mínimo de nutrientes por dia necessários para sua idade, e que tanto em países ricos como pobres, longos períodos de amamentação se correlacionam com níveis mais altos de inteligência. Evidências também indicam que há correlação com melhor desempenho acadêmico e melhor renda no longo prazo.
A amamentação também pode reduzir o risco de obesidade e doenças crônicas ao longo da vida, e mães que amamentam têm menor risco de desenvolver câncer no ovário e de mama.
O relatório apontou ainda que apenas metade das crianças de seis a 11 meses recebe qualquer alimento de origem animal, que são essenciais para fornecer zinco e ferro.
“É necessário investimentos governamentais para políticas alimentares e programas que priorizem a nutrição na infância, assim como contribuições das comunidades e do setor privado”, disse o documento.
Clique aqui para acessar o relatório (em inglês).
Fonte: ONU Brasil