UIT: mundo está mais conectado à Internet, mas desigualdades permanecem
O mundo está mais conectado do que nunca, mas muitas pessoas ainda estão sem acesso à Internet e a maioria ainda não se beneficia de seu potencial. A informação é da União Internacional de Telecomunicações (UIT), que divulgou na terça-feira (22) relatório com novos dados sobre conexão no mundo.
“Para que mais pessoas tenham acesso à Internet, é importante reduzir as desigualdades socioeconômicas globais, especialmente os níveis de educação e de renda”, disse o secretário-geral da UIT, Houlin Zhao, anunciando as estatísticas.
De acordo com a última edição do relatório, a média global do Índice de Desenvolvimento das TICs (IDI) registrou um crescimento de 4,74 em 2015 para 4,94 em 2016, com a Coreia do Sul liderando o índice pelo segundo ano consecutivo junto a outras duas economias asiáticas — Hong Kong e China.
O Japão também teve destaque entre os 10 países com melhor índice, juntamente com outras sete nações europeias. O Brasil ficou na 63ª posição do ranking.
“Durante o período de 2015-2016, as melhoras mais fortes foram feitas em relação ao uso das TIC, e não ao acesso, principalmente como resultado do forte crescimento na captação da banda larga móvel em todo o mundo. Isso permitiu que um número crescente de pessoas, especialmente de países de desenvolvimento, se juntassem à sociedade da informação e se beneficiasse dos muitos serviços e aplicações fornecidos pela Internet”, explicou a diretora do desenvolvimento de telecomunicações da UIT Bureau, Brahima Sanou.
No entanto, embora o mundo como um todo tenha melhorado nesse sentido, diferenças significativas entre países e regiões nos níveis de desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) persistem.
A Europa liderou o caminho no desenvolvimento das TIC, e muitos países do continente americano registraram significativos progressos, assim como as nações da Comunidade de Estados Independentes (CEI).
Entretanto, nove dos 34 países da Ásia e do Pacífico, incluindo regiões muito populosas, permaneceram menos conectados. A diversidade também persistiu na região dos países árabes.
A área com a pior performance foi a África, que registrou a média de IDI de 2,48 pontos em 2016, pouco mais da metade da média global (4,94), refletindo o menor nível de desenvolvimento econômico.
O relatório também mostrou que o mero acesso à Internet não é suficiente, e sublinhou a necessidade de abordar as desigualdades socioeconômicas mais amplas, a fim de ajudar as pessoas a adquirir as habilidades necessárias para tirar o máximo proveito da conexão, bem como utilizar os serviços mais avançados.
“Trata-se da abordagem de maior desenvolvimento integrado, como adotado na Agenda 2030, que destaca que os desafios de desenvolvimento são ligados e não podem ser alcançados de forma isolada”, afirmou a UIT.
Amplo alcance das conexões móveis
O relatório apontou ainda que, no final de 2016, o número de assinaturas móveis será quase semelhante ao de pessoas no mundo. Além disso, 95% da população viverá em uma área coberta por sinal móvel.
Segundo o documento, outro desenvolvimento positivo que ajudou a expandir a conectividade foi a queda dos preços dos aparelhos móveis nos países menos desenvolvidos. Essas nações viram uma diminuição de 20% nos preços desses aparelhos — a maior queda em cinco anos.
Pela primeira vez, o custo médio mensal do pacote de dados dos celulares nos países em desenvolvimento respondeu por menos de 5% do rendimento nacional bruto per capita.
Embora os preços da banda larga fixa tenham caído significativamente em 2015, os custos mantiveram-se altos e inviáveis em vários países menos desenvolvidos. No mundo, o preço médio de uma conexão básica de banda larga caiu de cerca de 80 dólares por mês em 2008 para 25 dólares em 2015.
Todavia, quando comparado com rendimentos nacionais brutos de países menos desenvolvidos, um plano de banda larga fixa com o mínimo de um gigabyte de dados por mês ainda corresponde a mais de 60% da renda per capita.
Leia aqui o relatório completo.
Fonte: ONU Brasil