ANDI e Ben&Jerry’s realizam workshop “LGBT e Democracia: quais são os principais desafios dessa comunidade nas eleições de 2018” em São Paulo

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Com o objetivo de debater os desafios da comunidade LGBT no cenário sociopolítico atual, a ANDI – Comunicação e Direitos e a Ben&Jerry's promoveram o workshop LGBT e Democracia: quais são os principais desafios dessa comunidade nas eleições de 2018, no dia 10 de agosto, no Espaço Unilever, em São Paulo. 

O evento foi composto por três mesas: LGBT e Democracia: as pautas que essa população quer ver sendo defendidas; O cenário LGBT atual: conquistas históricas e desafios atuais; e A Cobertura da Mídia sobre a população LGBT. Os temas escolhidos pela organização objetivaram a troca de experiências e vivências entre os participantes: "O nosso principal objetivo é unir as opiniões de especialistas, jornalistas e membros de movimentos sociais da sociedade civil sobre as questões emergentes no debate público que deve ser feito nessas eleições acerca do tema LGBT e afins", disse Marcos Urupá, jornalista da ANDI. 

As palavras Luta e Resistência estiveram presentes durantes todo o evento. Marisa Fernandes, cofundadora dos Grupos de Lésbicas Feministas de 1979, falou veementemente sobre as dificuldades de ser LGBT na década de 70 que nunca a fizeram desistir — sempre falando no coletivo: "Há muitos anos, o nosso objetivo é denunciar o apagamento das lésbicas na sociedade, reivindicar o respeito e os direitos das lésbicas. Nós precisamos lutar e resistir”, afirmou. 

Outra vertente discutida foi o papel da mídia na construção da imagem LGBT na sociedade. As abordagens jornalísticas têm um grande influência no processo de invisibilização dessa comunidade, como explanou Suzana Varjão, jornalista e pesquisadora: “A invisibilidade da população LGBT (20 milhões de pessoas no Brasil, no mínimo) é agravada pelos discursos de ódio e violência. Um dos meios que mais propagam isso são os programas ‘policialescos’ da TV, cujas linguagens são desrespeitosas e banalizam essa comunidade”, afrmou.

Os povos indígenas LGBT's também foram pauta de discussão na última mesa do workshop. Escritora das Blogueiras Negras, Charô Nunes, é membro do Quilombo de Saúde e pesquisadora do assunto. Para ela, o assunto é delicado e complexo, o que requer um estudo de campo aprofundado. "Primeiro precisamos entender qual é o lugar desse povo, como eles entendem essa questão e como a vivenciam. O indigena é visto na sociedae como aquele que não tem lugar, que é imbecilizado, uma ameaça à sociedade. Então, é preciso muito cuidado nesse debate entendendo essas necessidades, aceitando que esse povo tem seus interesses, sobretudo, políticos, o que inclui os anseios da população LGBT", finalizou.

Fonte: Roma News