Webinar promove experiências de sucesso na educação alimentar
A sétima sessão do segundo curso ‘Alimentação escolar como estratégia educativa para uma vida saudável’, foi realizada no dia 6 de julho. O evento, que teve transmissão ao vivo com cerca de 1.500 visualizações nas redes sociais Twitter e YouTube, apresentou experiências de sucesso da Educação Alimentar e Nutricional (EAN) como agente de mudança social. Os especialistas destacaram que, além de transformar os indivíduos, as práticas de Educação Alimentar e Nutricional podem promover mudanças nos hábitos alimentares dos alunos, de seus familiares, dos ambientes escolares e das comunidades locais.
O curso é realizado pelo projeto Consolidação de Programas de Alimentação Escolar na América Latina e no Caribe, que faz parte do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO, é executado em conjunto pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE), pelo Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC) e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Oferecido à Colômbia, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru e República Dominicana, ele tem o objetivo de formar cerca de 2.700 profissionais.
Exemplos de sucesso – A primeira experiência compartilhada foi a substituição de uma cantina de guloseimas por uma com alimentos saudáveis, o que teve ótima aceitação dos alunos de um escola em uma província argentina. Como consequência, houve aumento no consumo de alimentos saudáveis entre jovens e seus familiares e maior conscientização sobre a alimentação no ambiente escolar.
Outra experiência apresentou escolas na Colômbia onde os alunos começaram a ter contato com as práticas da Educação Alimentar e Nutricional, adotando hortas escolares como ferramenta pedagógica e formando hábitos saudáveis. Os alunos participaram de oficinas com nutricionistas sobre os alimentos que ingeriam, seu peso, seu índice de massa corporal, sobre preparo de pratos com ingredientes balanceados e orientações sobre a leitura dos rótulos dos alimentos.
Com base nas duas experiências, as palestrantes Melissa Vargas, especialista em nutrição da FAO Roma, e Veronica Sánchez, consultora nacional da Educação Alimentar e Nutricional do Ministério da Educação de El Salvador, mencionaram essas práticas como mecanismos de mudança individual e social. Vargas disse que assim podem ser desenvolvidas habilidades importantes para a vida dos alunos, como a leitura de rótulos e o cultivo de alimentos nas hortas. “Não devemos ter a perspectiva de que a Educação Alimentar e Nutricional é algo difícil ou complexo de se implementar. Os jovens podem ser facilitadores no processo de mudança para os outros”, disse Vargas.
Por sua vez, Sánchez falou da importância dos professores na mobilização dos estudantes para transferir o que aprendem nas escolas. “É preciso motivar os jovens a serem agentes de mudança, a se comunicarem, a aprenderem e a se capacitarem para mobilizar outros colegas”.
Jovens líderes – A especialista em estratégias de Educação Alimentar e Nutricional da FAO El Salvador, Reina Osório, compartilhou a experiência de jovens facilitadores em segurança alimentar e nutricional no país. Ela fez um breve resumo apresentando os objetivos da metodologia para transformar jovens da educação básica em líderes para a promoção de boas práticas alimentares e nutricionais. “Respeito, cooperação e criatividade nas ações formativas são elementos fundamentais”, disse Osório, lembrando que é possível ter uma abordagem multidisciplinar nestas atividades.
A coordenadora do projeto Consolidação dos Programas de Alimentação Escolar na América Latina e Caribe, Najla Veloso, comentou que as melhores práticas das escolas devem ser transpostas para o ambiente familiar. E explicou que um dos principais objetivos do curso é formar gestores de alimentação escolar nos países para fortalecer esses programas.
“Falar sobre ações práticas é muito ‘nutritivo’ e alimenta nossa alma, porque pensamos que tudo o que estamos lendo e ouvindo parece distante da vida real, mas não é. O que estamos discutindo hoje é possível porque vocês já fazem. Esse curso vem para dizer que é possível”, disse a coordenadora.
Por sua vez, a coordenadora do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) do Brasil, Karine Santos, disse que os atores do ambiente escolar devem gerar informações e promover atividades que coloquem os alunos em contato com questões como a prevenção de perdas e desperdícios e a alimentação saudável.
“É um processo para que os jovens sejam protagonistas em suas escolas. A partir da transformação dos indivíduos, é possível chegar às famílias e aos atores envolvidos no ambiente escolar”, explicou. Karine Santos também enfatizou quatro conceitos-chave para a EAN: continuidade e permanência, transdisciplinaridade, intersetorialidade e contexto multiprofissional.
No encerramento do evento, a analista de projetos da Agência Brasileira de Cooperação, Paola Barbieri, concluiu dizendo que o curso virtual em sua segunda edição pode contribuir para o desenvolvimento das comunidades onde os alunos vivem. Barbieri agradeceu aos países, ao FNDE, à Cooperação Brasil-FAO e aos painelistas por compartilharem suas experiências. “Espero que todos possam aproveitar cada vez mais nossas reuniões e que todos sejam agentes de mudança em seus países”.
Fonte: ONU Brasil