Instituto Alana lança material de apoio à educação antirracista
Material tem o objetivo de fornecer subsídios para educadores a partir de reflexões e práticas pedagógicas voltadas à promoção da educação para relações étnico-raciais e antirracista nas escolas
O Instituto Alana lança o material de apoio ‘Recriar a escola sob a perspectiva das relações étnico-raciais’, desenvolvido a partir da jornada formativa No Chão da Escola, realizada em julho de 2021, sob o tema educação antirracista. O objetivo é oferecer subsídios para a formação de educadores a partir da realidade das escolas de educação básica de todo o país. Trata-se de uma publicação que apresenta reflexões e experiências pedagógicas em escolas de diferentes níveis de ensino e regiões do Brasil, além de ferramentas de autoavaliação e avaliação do currículo e dos recursos pedagógicos das escolas, e de uma curadoria de materiais adicionais sugeridos, como livros e filmes voltados à ampliação de repertório e à continuidade do processo formativo dos educadores.
O material mostra caminhos para a construção de uma educação multicultural, incluindo diferentes perspectivas, modos de ser e viver no mundo. Isso porque, apesar das leis 10.639/03 e 11.645/08 – que determinam o ensino de história e das culturas afro-brasileiras, indígenas e africanas -, muitas escolas ainda seguem o modelo criado sob uma ótica construída historicamente no ideal de superioridade racial branca, herança colonial originada no processo de escravização.
“Às vésperas de completar 20 anos da promulgação da Lei 10.639/03, é necessário alinhar compromisso ético e intencionalidade pedagógica para transformar nossas escolas em espaços de garantia de direitos à educação plena. Isso se dá a partir do enfrentamento ao racismo institucional e a ampliação de conhecimento. Por isso, reunindo as principais intelectualidades brasileiras na temática da educação para relações raciais, esse material se torna consulta obrigatória para todas e todos profissionais da educação. O Instituto Alana, ao lançar esse material de apoio, fruto da jornada formativa No Chão da Escola, corrobora para o entendimento de que a educação antirracista precisa ser um compromisso de todas e de todos”, diz Clelia Rosa, pedagoga e Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A escola é um dos principais agentes de transformação social, portanto, é essencial considerar a realidade e a identidade das pessoas para garantir uma educação integral, inclusiva, democrática e de qualidade. Dessa forma, é primordial desenvolver práticas que promovam a equidade na educação. Para se ter uma ideia, a evasão escolar é três vezes maior para os estudantes negros e indígenas em comparação com crianças e adolescentes brancos.
“Recriar a escola é um imperativo que denota uma urgência e uma necessidade. A urgência se refere ao contexto de mudanças sociais profundas provocadas por crises ambientais, pandemia, acirramento das desigualdades sociais e outros problemas que a instituição precisa trazer à reflexão de crianças e jovens, de modo que eles e elas possam sonhar com outras sociedades possíveis. Recriar a escola numa perspectiva antirracista é alicerçar esse sonho a partir da premissa de que igualdade e equidade são ideais a conquistar. Essa conquista depende da possibilidade de construir novos significados a respeito das diferenças raciais, lutar contra as desigualdades raciais e construir conhecimentos a partir de outras perspectivas que não a europeia”, ressalta Luciana Alves, pedagoga e Mestre em educação pela Universidade de São Paulo (USP).
A publicação é dividida em cinco capítulos, reunindo profissionais de referência e especialistas da educação para as relações étnico-raciais a educadores que desenvolvem experiências pedagógicas exitosas e inspiradoras. O material também oferece duas ferramentas de avaliação. A primeira busca avaliar como cada escola atua em cinco dimensões de um currículo antirracista, apresentando metas, dentro de cada dimensão, para a implementação de uma educação para as relações étnico-raciais. A segunda é voltada para educadores refletirem sobre sua atuação no cotidiano escolar para a promoção de uma atitude antirracista. A publicação ainda traz sugestões de materiais adicionais sobre o tema para a ampliação do repertório da comunidade escolar.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Instituto Alana
