‘Mapa Sistêmico da Equidade Racial na Educação’ é estratégia inovadora para pensar uma educação decolonial

‘Mapa Sistêmico da Equidade Racial na Educação’ é estratégia inovadora para pensar uma educação decolonial

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Imaginable Futures (IF) e o Todos pela Educação (TPE) se uniram com mais de 60 especialistas, pesquisadores, ativistas e lideranças negras, indígenas, quilombolas e brancas para fazer uma investigação coletiva sobre equidade racial na educação. O resultado deste processo foi o Mapa Sistêmico de Equidade Racial na Educação, criado para potencializar as práticas de promoção e concretização da equidade sociorracial na educação.

O Mapa Sistêmico é um instrumento vivo que pode ser uma ferramenta para estimular boas práticas na educação, respeitando a diversidade e complexidade de cada comunidade. O princípio é aproveitar a energia e o impulso já presentes, e desta forma obter impacto em direção à mudança desejada. Para Samuel Emílio, representante associado Imaginable Futures, o Mapa auxilia a traçar estratégias que devem ser mais assertivas por terem ouvido aqueles que estão do outro lado do processo.

“O Mapa é um artefato que ajuda a gente a praticar uma estratégia que é mais sistêmica e emergente. É ele que ajuda a gente a informar os nossos passos sem cair em um lugar de paternalismo, de falar para as pessoas o que é importante para elas.”

A partir do Mapa Sistêmico a organização construiu o plano para 2023, com foco em iniciativas que atuem por ações afirmativas dentro da educação e ajudem a construir um sistema educacional que potencialize a aprendizagem através do fortalecimento da identidade e da autoestima dos estudantes indígenas e negros. Samuel Emílio destaca que o Mapa Sistêmico de Equidade Racial na Educação também promoveu reflexão sobre a importância filantropia na luta antirracista.

“O aprendizado que tivemos no processo de construir o Mapa é que descobrimos muita coisa que já é obvia para os movimentos negros e movimentos indígenas há décadas, mas para o mundo da filantropia em geral é novidade. A gente começou a entender, inclusive, qual é o papel da filantropia no combate ao racismo.”

Filantropia e educação para o combate ao racismo

Para Samuel Emílio, o primeiro passo para a transformação é compreender a importância de acolher e ouvir os movimentos sociais e organizações que atuam de forma independente, diretamente com as comunidades. Ele aponta que são essas organizações que conseguem tensionar para que avanços aconteçam.

“Espaços de diálogos surgem com a pressão desses movimentos sociais. A criação desses espaços  vai fazer com que a cultura institucional das organizações controladas por membros da branquitude sejam um pouco mais inclusivas e que fiquem preparadas para receber as lideranças negras, indígenas e quilombolas.”

Fonte: GIFE