Municípios do Pará realizam Semana do Bebê Quilombola
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em parceria com o Instituto Peabiru, está mobilizando 39 municípios do Pará para a realização da Semana do Bebê Quilombola, como parte das ações do Selo UNICEF. A programação promove ações de saúde pela primeira infância, como vacinação, pré-natal e amamentação.
A Semana do Bebê Quilombola é uma iniciativa que visa promover, de forma lúdica, inclusiva e participativa, os direitos de crianças de até 6 anos. Durante uma semana, toda a comunidade, em diálogo com a Prefeitura, realiza atividades como oficinas, encontros, momentos culturais e outros, visando engajar diferentes públicos para a promoção de políticas, ações e cuidados à primeira infância na comunidade quilombola. O objetivo é tornar os direitos da primeira infância quilombola prioridade na agenda dos municípios.
Para a ex-secretária de Igualdade Racial do Maranhão Claudett Ribeiro, “a Semana do Bebê Quilombola é uma metodologia de mobilização coletiva, de mobilização social; é um movimento, é uma forma de pensar, é uma forma de agir levando em consideração pontos como a ancestralidade, a identidade e a cultura de cada comunidade”.
O gerente de projetos do Instituto Peabiru, Cláudio Melo, falou sobre a parceria entre o Instituto Peabiru e o UNICEF para auxiliar os municípios na realização da agenda. “A Semana do Bebê é uma ação que o Peabiru já trabalha há pelo menos nove anos, em toda a Amazônia Legal, porém, essa atenção especial às populações quilombolas é novidade no Pará”, afirma. “Esta parceria tem sido fundamental para as nossas crianças quilombolas, em especial para que a primeira infância seja colocada em destaque como prioridade nas políticas públicas”.
No Pará, 39 municípios estão sendo mobilizados pelo Instituto Peabiru para a realização da Semana do Bebê Quilombola e, entre eles, 10 municípios já executaram a atividade. A Semana do Bebê é uma estratégia do UNICEF para os municípios do Selo UNICEF e, somente em 2022, foram cerca de 300 Semanas do Bebê na Amazônia Legal, sendo 12 quilombolas e 2 indígenas.
Um dos municípios que já realizaram a Semana do Bebê Quilombola é Óbidos. O evento contou com 679 pessoas e os resultados foram bastante positivos. A líder quilombola Rosa dos Santos, da Comunidade Matá, considera a Semana de Óbidos um grande sucesso. “Foi muito importante esse evento, não só para as comunidades, mas acredito que também para as pessoas que vieram de fora e viram a nossa realidade”. A programação em Óbidos incluiu mesas de conversa sobre a infância quilombola, luau com artistas, orientações sobre o Auxílio Brasil, vacinação de campanha e vacinação de rotina, atendimento odontológico, atividades lúdicas com crianças e muito mais.
Tracuateua foi outro município que se beneficiou com a Semana do Bebê Quilombola. Segundo Sérgio Soares, articulador municipal, todos os setores sociais foram mobilizados para participar e eles conseguiram alcançar cerca de 200 famílias quilombolas. “Tivemos como apoio os próprios moradores da comunidade, o espaço da UBS foi utilizado para fazer a atualização da vacinação das crianças”, contou Sérgio. “Foi um impacto muito grande […], a participação dos moradores foi muito importante”.
O encontro contou, também, com vários profissionais da Secretaria de Saúde fazendo atendimento e palestras, assim como profissionais da educação que discutiram sobre os processos de aprendizagem no período da primeira infância.
Em Moju
No município de Moju, no nordeste do estado, a Semana do Bebê Quilombola será realizada entre os dias 12 e 16 de dezembro. Cerca de 28 comunidades quilombolas serão atendidas com programações especiais que contemplam os setores da saúde, educação e assistência social.
Para Sandra Lima, secretária de Educação de Moju, um dos motivos para a realização da Semana do Bebê Quilombola é, além de atender aos critérios do Selo UNICEF, contribuir com a população quilombola do município. “A gente está parando para refletir sobre o que está faltando lá, o que eu ainda não consegui olhar para o atendimento das crianças, o que a gente ainda pode estar fazendo por elas”.
Levando em consideração que a Semana do Bebê já é uma tarefa antiga no Selo UNICEF e que a Semana do Bebê Quilombola é uma adesão recente, Sandra defende a importância de focar a atividade em crianças quilombolas. “A gente tem que recompor todo um passado que ficamos devendo a elas (as crianças quilombolas)”, diz. “Esse recorte é justamente para a gente poder dar de volta esse direito de sobrevivência, direito de desenvolvimento delas com segurança até os seis anos de idade”.
Além disso, Sandra declarou que o apoio prestado pelo Instituto Peabiru é extremamente relevante para a equipe de Moju. “(O Instituto) vem dando os direcionamentos, fazendo as provocações necessárias para que o grupo de sistematização e de articulação possa ir por caminhos mais seguros”.
Confira aqui a programação completa da Semana do Bebê Quilombola em Moju.
Saiba mais sobre a Semana do Bebê
Fonte: UNICEF