Guia do CPJ para segurança psicossocial de jornalistas locais na cobertura de violência

Guia do CPJ para segurança psicossocial de jornalistas locais na cobertura de violência

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O Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ) publicou um guia de segurança psicossocial para cobertura de  violência armada pelo jornalismo local. O documento “Segurança psicossocial: Cobrindo a violência armada em sua comunidade” traz dicas para chefes de redação e repórteres cuidarem da saúde mental em três momentos da cobertura: antes, durante e depois.

Segundo a publicação, é muito importante que conflitos tenham uma cobertura local, que pode oferecer uma impressão mais detalhada e até menos estigmatizada dos acontecimentos. No entanto, a proximidade emocional e geográfica com os fatos pode afetar diretamente a saúde dos profissionais. É o que escreve em artigo (em inglês) o jornalista Bruce Shapiro, diretor executivo do Dart Center for Journalism and Trauma, projeto da Columbia University.

Antes de iniciar a cobertura, os chefes de redação devem atentar para a ligação do repórter designado para aquele trabalho com os acontecimentos. Isso inclui, além de um trabalho de gestão e liderança, oferecer ferramentas de suporte aos profissionais. Também recomenda-se que prestem atenção no estresse secundário que pode ser gerado em outras pessoas da equipe, não só naqueles que estão em campo. Os repórteres, por sua vez, precisam priorizar os próprios sinais de que algo não está bem e buscar ajuda profissional, acima de tudo.

Durante a cobertura, os jornalistas e suas equipes precisam manter contato constante e conversar sobre os principais desafios enfrentados. O guia de segurança recomenda ainda que haja um preparo dos profissionais para garantir o distanciamento jornalístico das fontes e prezar por entrevistas humanizadas. O CPJ disponibiliza um guia (em inglês) do Dart Center for Journalism and Trauma sobre como entrevistar vítimas e sobreviventes de eventos traumáticos.

Depois da produção de reportagens e materiais sobre a violência armada, as recomendações gerais destacam a importância de possibilidades de intervalo, cobertura de assuntos mais leves e até um afastamento para descanso. Para os jornalistas, é importante manter atividades fora do trabalho, mas também o direito de participar de cerimônias e outros eventos relacionados a uma tragédia, já que também fazem parte da comunidade.

 

Fonte: Abraji

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