SBP e IQC lançam campanha para orientar pediatras a combater fake news sobre vacinas
Orientar os pediatras para enfrentar, durante a prática clínica, a desinformação e as fake news sobre vacinas. Esse é o intuito da nova campanha promovida pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em parceria com o Instituto Questão de Ciência (IQC). Sob o título “Hesitação vacinal: o que o pediatra precisa saber?”, a iniciativa visa atualizar os especialistas brasileiros sobre as melhores estratégias para oferecer aos pais e à população em geral informações sobre a segurança e a eficácia das imunizações.
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Segundo o presidente da SBP, dr. Clóvis Francisco Constantino, a vacinação infantojuvenil é uma das responsáveis pela redução da transmissão de doenças infectocontagiosas e pelo aumento da expectativa de vida, no Brasil e no mundo. “As imunizações são fundamentais para a saúde do indivíduo e da sociedade como um todo, por reduzir os índices de contágio. Devido à posição privilegiada do pediatra, de proximidade com as famílias, é fundamental que um tempo das consultas seja dedicado a desmistificar as notícias falsas e esclarecer as dúvidas sobre a segurança das vacinas”, afirma.
Para a dra. Natalia Pasternak, presidente do IQC, uma das estratégias mais eficazes para combater a desinformação sobre vacinas é a “inoculação”, ou no inglês “prebunking”, que consiste em educar sobre as artimanhas usadas pelos propagadores de desinformação em ciência e saúde, para que as pessoas reconheçam a propaganda enganosa logo no primeiro contato. “Ensinar para o pediatra e profissionais de saúde como esses truques funcionam fornece ferramentas e argumentos para que orientem pais e mães que têm dúvidas sobre segurança e eficácia das vacinas”, explica.
FALÁCIAS – Conforme salienta o presidente do Departamento Científico de Imunizações da SBP, dr. Renato Kfouri, a proliferação de fake news é uma das causas que explicam o atual cenário de baixa adesão ao calendário de vacinação. “Conceitos equivocados repetidos à exaustão acabam deixando muitos pais receosos na hora de vacinar seus filhos. A atual campanha da SBP vem justamente explicar aos pediatras quais são as estratégias por trás dessas falácias, para que eles possam orientar, de forma mais efetiva, as famílias, e enfrentar essas diferentes mentiras”, diz.
O diretor de projetos educacionais do IQC, dr. Luiz Gustavo de Almeida, corrobora. Segundo ele, é crucial treinar pediatras para identificar as falácias mais comuns contra as vacinas. “É apenas com estratégias alinhadas à identificação e à conscientização que podemos garantir respostas ágeis e preservar a confiança dos pais nas vacinas”, pontua.
O material da campanha “Hesitação vacinal: o que o pediatra precisa saber?” desmistifica dez falácias que têm chegado até a população, especialmente por meio das redes sociais, sendo elas: falácia do falso debate; falácia ad hominem (contra a pessoa); das expectativas impossíveis; da causa única; falácia do Cherry Picking; teorias da conspiração; da falsa analogia; do espantalho; da vítima perseguida; e da ladeira escorregadia.
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DOCUMENTO – Além de vídeos e cards publicados nas redes sociais da SBP e do IQC, o material da campanha inclui o documento científico “O antivacinismo no Brasil e no Mundo: cenário pós-confiança. As principais falácias: como reconhecer e como agir”. A publicação traz análises sobre o fenômeno da hesitação vacinal, que vem crescendo desde 2015 em todo o mundo, descrições detalhadas sobre cada falácia apresentada nos vídeos, além de recomendações práticas de enfrentamento a esse cenário.
“A SBP está bastante atenta a esse tema e, novamente, conclamando os pediatras para a mobilização. Com isso, esperamos aumentar a adesão à vacinação e, consequentemente, elevar as taxas de cobertura vacinal do País, eliminando o risco de retorno de doenças graves, como a poliomielite”, finaliza o dr. Renato Kfouri.
Fonte: SBP
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