Como falar com crianças e adolescentes durante e após desastres?
Calamidades públicas, situações de emergência e desastres naturais estão se tornando cada vez mais frequentes no Brasil e no mundo. Nessas circunstâncias, é comum sentir-se desnorteado, e as crianças e adolescentes também podem se sentir ansiosos, com medo e até desenvolver traumas. Além disso, meninos e meninas podem ficar expostos a uma série de vulnerabilidades durante esses momentos. Por isso, é crucial compreender que uma conversa aberta e cuidadosa com crianças e adolescentes pode auxiliá-los a entender, lidar e até mesmo contribuir positivamente para ajudar os outros.
Veja algumas orientações preparadas pelo UNICEF para que você possa atuar na proteção de crianças e adolescentes durante situações de desastres:
- Quando conversar com a criança, procure manter a calma e respirar. As crianças sentirão o mesmo que veem em você.
- Em caso de evacuação, explique brevemente o que vai acontecer. Se as condições permitirem, deixe que fiquem com um objeto especial, como um brinquedo.
- Pergunte o que a criança sabe sobre o que está acontecendo e ouça com atenção o que tem a dizer. É provável que a criança repita muitas vezes o que pensa. Diga que suas perguntas e comentários são importantes.
- Se a criança não quiser conversar, não a pressione. Se a criança chorar, não a peça para parar ou reprimir suas emoções: o choro também é uma forma saudável de descarga emocional.
- Explique de forma real e simples o que está acontecendo. Evite mentir, como dizer que “isso não vai acontecer de novo”.
- Se estiver em abrigos, veja se é possível reservar um espaço em que as crianças possam brincar em segurança.
- Na medida do possível, tente retomar uma rotina e procure proporcionar espaços de brincadeira com outros meninos e meninas. Estimule que a criança desenhe, pinte, ouça música e brinque.
- Lembre-se de que você também está sob estresse emocional. Cuide-se para poder dar o apoio necessário aos meninos e meninas. Compartilhe o que você sente com outras pessoas.
- Crie oportunidades para que todas e todos se sintam parte das soluções, inclusive crianças e adolescentes com deficiência. Encontrar maneiras seguras de contribuir é um caminho valioso de fortalecimento.
- Ajude a identificarem apoios em suas vidas, como amigos ou familiares. Incentive a reflexão sobre como conseguiram lidar com situações de dificuldade do passado, afirmando a habilidade que têm de lidar com a situação atual.
- Sempre forneça informações corretas sobre uma situação de crise. Se não souber responder, proponha descobrirem juntos e juntas.
Denúncias de casos de violências
Se você suspeitar – mesmo que não tenha certeza – de que uma criança possa estar sendo vítima de qualquer tipo de violência, entre em contato com o Disque 100 – gerido pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC). Caso possível, busque apoio dos órgãos de proteção locais. Procure se manter informado sobre as formas de contato em funcionamento com as autoridades responsáveis pela proteção a criança e adolescentes.
Fonte: Unicef
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