ONU no Brasil: “É preciso ambição para transformar a realidade da Amazônia”

ONU no Brasil: “É preciso ambição para transformar a realidade da Amazônia”

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Neste agosto foi lançado o Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável promovendo a socio-biodiversidade da Amazônia. O Sistema das Nações Unidas no país destaca que mudanças na região devem ter as populações locais como beneficiárias e protagonistas.

Falando à ONU News, de Brasília, a coordenadora residente da ONU no Brasil ressaltou que é preciso reforçar a capacidade dessas comunidades para gerir recursos naturais, promover a cultura e tradições e melhorar as condições de vida.

Recursos e ações que promovam o financiamento

Silvia Rucks ressaltou que tais propósitos podem ser alcançados com maior investimento na mobilização de recursos e em ações que promovam o financiamento.

“Vai ser realmente um instrumento para refletir essa proposta da Cúpula do Futuro no Brasil e no território da Amazônia. Quando a gente desenhou e formulou a proposta algumas palavras foram chave, que você encontra também no documento ‘Pacto do Futuro’. A gente fala de ambição. Precisamos realmente de ambição para transformar a realidade da Amazônia.”

Impulsionar o desenvolvimento sustentável e o financiamento para o desenvolvimento é uma das prioridades da Cúpula do Futuro, que em setembro reunirá dezenas de líderes globais às margens da Assembleia Geral da ONU.

Compromisso para proteger a Amazônia

Rucks disse que ao ser implementado no espaço amazônico, o Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável condiz com a busca do compromisso em favor de soluções para novos desafios locais e globais.

“Quando a gente fala da Amazônia, obviamente estamos pensando em parte do território do Brasil. A Amazônia é realmente fundamental para o mundo, especialmente com o desafio de mudança do clima. Todos temos que ter uma responsabilidade com a Amazônia. Então, não é uma questão-chave somente para quem é brasileiro ou brasileira ou América Latina. Todos temos uma responsabilidade. Temos que ter um compromisso para proteger a Amazônia, mas oferecendo alternativas que sejam também alternativas de vida digna para as pessoas.”

Várias agências da ONU devem atuar em bloco na execução do Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável usando ferramentas como tecnologia para criação e inovação dando resposta aos desafios.

Apropriação das iniciativas

Os programas devem enfatizar a sustentabilidade e resiliência e uma colaboração em favor de soluções “holísticas que levem em consideração as diversas perspectivas e expertises necessárias para um impacto duradouro nos territórios”.

“Os povos que habitam a Amazônia são os donos dos processos e protagonistas para implementar todas as ações e converter a agenda 2030 e dos ODS numa realidade no terreno. Outros pontos importantes são as questões de inovação e tecnologia e como implementá-las.”

O Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável pretende ainda promover valores como transparência e eficiência. Com a iniciativa fica ainda a expectativa de se aplicar um mecanismo de governança robusto e ágil.

“Precisamos de ações. Mas precisamos acelerar os esforços. Precisamos convocar os setores para isso. E, realmente, precisamos de financiamento. A gente tem como inspiração a vice-secretária-geral, Amina Mohammed. Ela veio para o Brasil, no ano passado, acompanhou o lançamento da ideia, lá no meio da Amazônia, em Santarém. Lá, a gente já tinha colocado várias dessas características do fundo que foram propostas que realmente se alinham com a proposta da Cúpula do Futuro.”

O Fundo ONU-Brasil para o Desenvolvimento Sustentável abordará afinidades entre mudança do clima, biodiversidade e bem-estar das populações da região que concentra 67% das florestas tropicais do mundo, um terço das árvores e 20% da água doce do planeta.

Para a chefe do Sistema ONU no Brasil, a presença de doadores nesse esforço concertado ajudará a transformar o futuro das populações da Amazônia e do mundo, com um legado de desenvolvimento sustentável e qualidade de vida.

 

Fonte: ONU News

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