Conheça ferramentas para combater a desinformação no período eleitoral

Conheça ferramentas para combater a desinformação no período eleitoral

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A desinformação é uma ameaça crescente à integridade dos processos eleitorais em diferentes partes do mundo. Com o avanço das interações via internet, ao mesmo tempo em que o acesso à informação está cada vez mais facilitado, a rapidez com que notícias falsas se espalham impõe desafios a pessoas eleitoras e candidatas, além das instituições democráticas.

Erosão da confiança no processo eleitoral e nas instituições, polarização social, manipulação do voto e violência política são algumas consequências da circulação rápida de notícias falsas nas redes sociais. Além de comprometer a confiança pública, a desinformação atinge diretamente os grupos mais vulneráveis — mulheres, negros e a comunidade LGBTI+ — que, frequentemente, se tornam alvo de campanhas de ódio e mentiras coordenadas.

Nina Santos, diretora do Aláfia Lab, em entrevista à Conectas, reforça que esses grupos são desproporcionalmente afetados, o que limita ainda suas oportunidades de participação política e social. “A desinformação afeta a própria possibilidade ou habilidade das pessoas, especialmente mulheres e pessoas negras, de ocuparem espaços sociais, de poder ou até de disputarem eleições”, afirma Nina.

A especialista também destaca a falta de regulamentação das plataformas digitais como um dos maiores desafios no combate à desinformação. “Embora o TSE tenha feito esforços significativos, a ausência de uma regulação mais robusta das plataformas digitais persiste. O cenário de 2024 é preocupante, especialmente com o uso crescente da inteligência artificial”, diz ela, enfatizando a necessidade de soluções criativas e regulatórias mais eficazes.

Com a proximidade das eleições municipais, é fundamental capacitar a população para identificar e combater a desinformação. Abaixo estão algumas ferramentas que podem ajudar.

Como denunciar?
1. Pelo celular

Baixe o aplicativo Pardal (disponível no Google Play e App Store), uma ferramenta do TSE para denunciar irregularidades eleitorais. Para casos de desinformação, o usuário será direcionado ao Sistema de Alerta de Desinformação Eleitoral (SIADE).

2. Pelo site

O SIADE é uma plataforma onde é possível denunciar informações falsas que prejudicam o processo eleitoral. Os alertas são verificados, e, se necessário, plataformas digitais e autoridades competentes são notificadas para tomar providências.

3. Pelo telefone

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) colocou à disposição da população o SOS Voto, disque-denúncia que tem como número 1491. Nele, o Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação do TSE verifica as denúncias e, quando necessário, as encaminha para a Polícia Federal ou o Ministério Público Eleitoral.

O que pode ser denunciado?
  • Ataques às eleições: denuncie conteúdos que questionem a integridade do processo eleitoral ou incitem ódio e violência política.
  • Impulsionamento de conteúdos negativos: anúncios e campanhas negativas em redes sociais são irregulares e devem ser denunciadas.
  • Deepfakes e IA: vídeos e áudios falsos, produzidos com tecnologias como deepfake (vídeos e áudios falsos hiper-realistas), são proibidos, e os candidatos devem ser transparentes sobre o uso de IA em suas campanhas.
  • Falta de transparência dos partidos: há diversas obrigações para os partidos disputarem eleições. Por exemplo, verifique se as cotas de gênero, que garantem 30% de candidaturas femininas, estão sendo respeitadas. A transparência e a diversidade são fundamentais para uma democracia saudável.
  • Propaganda em templos religiosos: propaganda eleitoral em locais de culto é proibida. Denuncie líderes religiosos que promovem candidatos nesses espaços.

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Conectas lança campanha contra a desinformação nas eleições municipais

Em um momento decisivo para o futuro dos municípios, a Conectas lança uma campanha para ajudar eleitoras e eleitores a identificarem conteúdos falsos e a compreenderem o papel da Prefeitura e da Câmara Municipal na promoção dos direitos humanos.

 

Fonte: Conectas

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