G20 Social: Primeira infância como estratégia para romper ciclos de pobreza

G20 Social: Primeira infância como estratégia para romper ciclos de pobreza

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O investimento na primeira infância será tema central de uma das discussões do G20 SOCIAL. No dia 14, a partir das 11 horas, o painel “O Alto Retorno do Investimento na Primeira Infância como Impulsionador do Capital Humano e Estratégia para Combater a Pobreza e as Desigualdades” reunirá especialistas e representantes do governo brasileiro, para discutir políticas públicas que priorizem o desenvolvimento das crianças de até seis anos, como forma de promover a equidade social.

Organizado pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Theirworld e ANDI – Comunicação e Direitos, o evento tem objetivo de colocar a primeira infância como estratégia central no combate às desigualdades sociais e fome. Segundo James Heckman, vencedor do prêmio Nobel de economia, a cada dólar investido na primeira infância, estima-se que sete  retornam à sociedade em benefícios como melhor saúde, maior produtividade no trabalho e redução da criminalidade.

“Colocar as crianças no centro das políticas públicas é colocar em curso uma ampla e efetiva estratégia de combate à causa-raiz das desigualdades.  A ciência prova que nenhum outro investimento é tão rentável. A criança é o “hoje” e, como estabelecido no artigo 227 da Constituição Federal, deve ser prioridade absoluta”, afirma Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

Participam do painel, além de Mariana Luz,  Dandara Ramos, membro do Núcleo Ciência Pela Infância,  Dominic Richardson, Diretor do Learning for Well-Being Institute, Micaela Finoli, representante do Inter-American Dialogue, entre outros. Os painelistas devem debater sobre a promoção de uma primeira infância saudável, antirracista e com estímulos positivos podem auxiliar na quebra de ciclos intergeracionais de pobreza.

“Vamos partilhar  novas pesquisas que mostram que mesmo aumentos modestos no financiamento dos primeiros anos podem  tirar 16 milhões de crianças da pobreza e permitir que 70 milhões de mulheres ingressem na força de trabalho em todo o G20 em apenas alguns anos. Essas discussões vitais visam informar recomendações concretas para o governo brasileiro, bem como para as demais delegações do G20, reafirmando a urgência de priorizar o investimento na primeira infância, especialmente em países de baixa e média renda”, comenta Ben Hewitt, do Theirworld

Brasil na agenda da primeira infância

A iniciativa contribui para os debates da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma das prioridades da agenda do G20, e está alinhada com os esforços internacionais para combater as desigualdades e promover a inclusão social.

Considerado uma janela de oportunidades, a primeira infância compreende os primeiros 6 anos de vida de cada pessoa. Nessa etapa, o cérebro registra cerca de 1 milhão de conexões por segundo e até 90% do total de suas conexões neurais são estabelecidas. Além disso, as evidências científicas mostram que as crianças que recebem atenção integral na primeira infância têm mais saúde física e mental ao longo da vida, melhores condições de aprendizagem e mais oportunidades profissionais no futuro.

“O Alto Retorno do Investimento na Primeira Infância como Impulsionador do Capital Humano e Estratégia para Combater a Pobreza e as Desigualdades” reforça, também, o compromisso do país com a agenda da primeira infância.

Recentemente, o Brasil se tornou o primeiro país a adotar a primeira infância como estratégia central no combate à miséria e às desigualdades por meio de uma Política Nacional Integrada para a Primeira Infância (PNIPI). Com trabalhos em andamento, um Comitê Intersetorial, presidido pela Casa Civil, atua para construção dessa política com foco na priorização das crianças, principalmente, as que estão em situações adversas, e o fortalecimento de áreas setoriais prioritárias, como Saúde, Assistência Social, Educação, Proteção e Justiça.

Em 2016, o país já tinha dado um importante passo nessa agenda ao aprovar, por unanimidade, o Marco Legal da Primeira Infância.

Público-alvo

O evento é destinado a organizações da sociedade civil brasileira e internacional, delegações do G20, representantes do governo brasileiro, lideranças e demais atores interessados nas questões sociais e econômicas globais, com especial ênfase para especialistas e entidades comprometidas com os direitos da primeira infância e o desenvolvimento humano.

No contexto desse encontro, Miriam Pragita, diretora executiva da ANDI – Comunicação e Direitos, destaca a importância da participação ativa da sociedade civil:  “Tem sido fundamental o papel da sociedade civil na elaboração e no acompanhamento das políticas de primeira infância. Sua atuação é essencial para garantir que as políticas públicas realmente atendam às necessidades reais das crianças e famílias em situação de vulnerabilidade”, finaliza.

Crianças no G20, Alana, Brookings, Family Talks e o Núcleo Ciência pela Infância também são apoiadores do painel.

Serviço
Painel “O Alto Retorno do Investimento na Primeira Infância como Impulsionador do Capital Humano e Estratégia para Combater a Pobreza e as Desigualdades”

Dia:
14 de novembro de 2024
Hora: 11h às 13h
Local: Espaço Kobra, na região da Praça Mauá, no Rio de Janeiro (RJ)

Inscrições: https://g20.cadastro9.com.br