Projeções para o jornalismo no Brasil em 2025 destacam crise climática e a saúde mental dos jornalistas
O Especial Jornalismo no Brasil em 2025, produzido pelo Farol Jornalismo, está no ar com 10 textos sobre temas relevantes da profissão, sob a perspectiva de 10 autores e autoras convidadas. O projeto é realizado em parceria com a Abraji e apoio do Projor e existe há nove anos. Os textos publicados nesta edição são de autoria de Amanda Miranda, Bibiana Maia, Elane Gomes, Elizabeth Saad, Eloisa Loose, Izabela Moi, Juliana Albuquerque (em nome da Rede Wayuri), Mariana Alvim, Moisés Costa Pinto e Thiago Borges.
Entre as pautas trazidas pelos colaboradores, a preocupação com a veiculação da crise climática e suas consequências aparece em destaque, em conjunto com textos que exaltam a importância de dialogar com os povos originários. No artigo escrito por Juliana Albuquerque, da Rede Wayuri, ela ressalta a importância de dar espaço às iniciativas idealizadas por comunicadores indígenas, que realizam essa cobertura de forma qualificada e com conhecimento local. Além de seu modo de vida tradicional representar um norte diante da crise, as iniciativas de comunicação são fundamentais para fiscalizar a manutenção de seus direitos e denunciar as constantes ameaças sob as quais vivem.
A valorização de organizações de comunicação ligadas aos territórios também é representada pelas iniciativas de jornalismo locais, advindas de territórios periféricos urbanos. Iniciativas como o Periferia em Movimento, na qual o autor Thiago Borges é cofundador e coordenador, atuam na produção de um jornalismo que se conecta mais com a sociedade, desconstruindo estigmas e aproximando a narrativa noticiosa do cotidiano das pessoas. No artigo “Os territórios podem restabelecer a confiança no jornalismo em 2025?” Borges também discorre sobre a diversidade dos diferentes “jornalismos” presentes no país e traça um paralelo entre as iniciativas que atuam de forma similar ao criar vínculos com o território e com as pessoas.
A convivência do jornalismo com as novas tecnologias de Inteligência Artificial (IA) e com o surgimento de influencers digitais que exercem o papel de comunicadores nas plataformas digitais também foi tema abordado nas produções. Diante desse cenário, as condições de trabalho dos jornalistas no país, sua saúde mental e a garantia do exercício da sua profissão também foram prioridade nos debates sobre o que precisa ser pensado para 2025. A autora Amanda Miranda escreve sobre o assédio judicial a profissionais da imprensa, que se torna uma prática cada vez mais comum como forma de censura. O texto menciona a Abraji como uma organização que atua na defesa dos jornalistas ameaçados, além de mapear dados através do Monitor de Assédio Judicial contra Jornalistas, que coleta e analisa ocorrências desse tipo. O último relatório do projeto foi publicado em maio de 2024.
Há 10 anos a Abraji e o Farol colaboram para convidar jornalistas e pesquisadores a deixar suas projeções sobre o jornalismo no ano que vem pela frente. Todas as produções sobre 2025 são de acesso livre e estão disponíveis neste link.
Veja aqui os artigos:
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Os influenciadores vão mudar o jornalismo ou o jornalismo vai incorporar a influência digital?
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Traçar estratégias em comunidade é o caminho para saúde mental dos jornalistas
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Jornalismo deve priorizar o humano diante da plataformização imposta pela IA
Comunicação indígena será decisiva para enfrentar mudanças climáticas em 2025
Os territórios podem restabelecer a confiança no jornalismo em 2025?
Sem mecanismos de proteção, jornalistas serão processados e censurados em 2025
Em defesa do jornalismo sem fins de lucro
Próximo ano deve trazer novos dados sobre tamanho e força política dos evangélicos
Para incorporar IA como ferramenta, jornalismo precisará reafirmar sua essência
O editorial, de Moreno Cruz Osório, coordenador de todo o projeto e criador do Farol Jornalismo, pode ser acessado neste link.
Fonte: Abraji
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