Sociedade Brasileira de Pediatria analisa como resiliência impacta no comportamento das crianças

Veículo: Metro Jornal - SP
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A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou o documento “Funções executivas e resiliência na primeira infância”, em que pediatras avaliam o impacto da resiliência sobre o comportamento infantil. Crianças resilientes são aquelas capazes de se adaptar e reagir a traumas ou perdas sem maiores danos ao equilíbrio emocional. Situações como esta da pandemia, que tem gerado uma série de problemas para as famílias – como o desemprego, o estresse econômico, transtornos mentais nos adultos, o aumento do consumo de álcool e drogas pelos pais, e, ainda maior exposição das crianças a genitores violentos – são consideradas experiências negativas, capazes de gerar traumas e consequências nos pequenos. Entre elas, prejuízos na aprendizagem, no comportamento e no bem-estar físico e mental, não só na infância como também na vida adulta.

O documento da SBP, portanto, foi elaborado para orientar as famílias e pediatras quanto a como proteger e ajudar as crianças para que aprendam a lidar com esses eventos adversos com resiliência – o que pode ajudá-las muito neste momento, diz a entidade.

De acordo com os pediatras, ensinar as crianças a enfrentar e resolver problemas faz com que respondam positivamente a adversidades, adoeçam menos e até tenham melhor desempenho escolar.

“Se ela (a criança) consegue desenvolver e regular suas habilidades de concentração, impulsividade, organização, pensamento e criatividade – poderá se recuperar melhor de experiências estressantes, sem apresentar sintomas significativos em sua saúde mental”, afirma o relatório elaborado pelo Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento da SBP.

As funções executivas nas crianças – um “conjunto amplo de processos ou habilidades cognitivas que gerenciam e controlam nossos pensamentos, emoções e ações” – também são destaque na análise dos pediatras como mais um aspecto fundamental para que a criança desenvolva suas funcionalidades de forma adequada.

Para tanto, o apoio dos pais e cuidadores, por meio de atitudes positivas e acolhedoras são fundamentais. Proteger as crianças e adolescentes de experiências adversas, bem como, oferecer apoio adequado, ajudando-as a gerenciar o estresse, com redes de apoio pautadas no afeto e proteção, pode favorecer a criar crianças resilientes e que tenham o bom funcionamento da funções executivas, esclarece a entidade.

Para a SBP, o pleno desenvolvimento dessas habilidades na infância colabora para a formação de um indivíduo mais preparado para conquistar sucesso, independência econômica, autonomia e prosperidade. “Para a sociedade, o reflexo é uma população mais educada, capacitada e saudável”, conclui o documento.