“Infância é tempo de cuidar e proteger”, reforça SBP em ação pelo Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) mais de 1 bilhão de crianças e adolescentes entre 2 a 17 anos sofreram violência física, sexual ou psicológica em 2020 em todo mundo. No Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão (4 de junho), a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) faz um alerta sobre as várias formas de violência praticadas contra crianças e adolescentes no País. Também propõe uma reflexão sobre o papel do pediatra na orientação aos pais, responsáveis e pacientes em zelar pelo bem-estar desse grupo.
“Infância é tempo de cuidar e proteger, nunca de agredir. Portanto, este é um momento para se pensar sobre a importância do olhar, do cuidar e proteger dos pais para com seus filhos, com afeto e carinho”, salienta dr. Marco Antônio Chaves Gama, presidente do Departamento Científico de Segurança da SBP.
O especialista ressalta que as agressões físicas, sexuais e psíquicas contra crianças ocorrem não só no meio intrafamiliar, doméstico, mas também no extrafamiliar, incluindo o mundo virtual.
“No entanto, violências menos visíveis são cometidas por muitos pais e responsáveis, que faltam em suprir as necessidades físicas e mentais das crianças, para que tenham o desenvolvimento de todo seu potencial. Assim, são as violências vindas dos erros alimentares, da falta de estímulos indicados a cada idade, a busca de orientações do cuidar e até sobre doenças em salas de bate-papo entre leigos”, destaca.
Para os especialistas, a falta ou descontinuidade de tratamento de uma doença, por exemplo, também pode ser considerada uma forma de agressão. “Não dar vacinas que previnem doenças imunopreveníveis, que causam dores, impedem as atividades próprias da infância e podem levar até à morte é uma agressão indireta, pois coloca para a criança a possibilidade de passar por muitos sofrimentos e ficar com sequelas, como no caso do Sarampo e Paralisia Infantil, por exemplo”, disse dr Marco.
EXCESSO DE TELAS – Muitas agressões à infância também podem ser encobertas pela negligência, como a falta de cuidados e estímulos para o desenvolvimento do bebê e seus vínculos com seus pais ou responsáveis.
“Muitos pais estão cada vez mais usando a internet de maneira excessiva, não tendo tempo para o cuidar dos filhos além da introdução de tela de forma precoce. Dessa forma, o recém-nascido sofre desde cuidados inadequados aprendido pelos pais em blogs, sites sobre como cuidar de filhos sem conteúdo técnico científico, podendo levar ao comprometimento do desenvolvimento físico e psíquico da criança”, explica a dra. Luci Pfeiffer, secretária do Departamento Científico de Segurança da SBP.
Segundo ela, essa forma de terceirização do cuidado tem levado alguns recém-nascidos e crianças a desenvolver a desvinculação entre pais e filhos. “Dependendo do estágio, essa doença pode levar ao comprometimento do desenvolvimento físico, cognitivo e, principalmente, psíquico das crianças, sendo também uma forma de agressão, já que a criança não tem como se defender, já que é trocada pelo mundo virtual”, diz dra. Luci. “Não há como bem evoluir sem a atenção, cuidado e amor dos pais ou responsáveis”, completa dr. Marco Antônio.
PROTEÇÃO E CUIDADO – Os especialistas frisam que o dia dedicado às crianças vítimas de agressões é mais uma oportunidade importante para a reflexão de pais e responsáveis sobre a criança que foram um dia e a importância de repassar para os filhos atitudes que os fizeram evoluir. Também realçam o perigo de fazer dos filhos experimentos da cultura leiga que preconiza atitudes de risco para a infância e fazem uma recomendação.
“Procurem orientações na SBP e com seus pediatras, que dedicam seus maiores esforços para orientar, cuidar e proteger as crianças e os adolescentes para que tenham um crescimento físico e psíquico saudável”, salienta o presidente do DC de Segurança da SBP.
Fonte: SBP