Anvisa autoriza antiviral contra Covid-19 para bebês e crianças
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou o uso do antiviral remdesivir para a população pediátrica nesta segunda-feira, 21, para o tratamento de Covid-19. Segundo a agência, o medicamento injetável pode ser usado em bebês com mais de 28 dias com peso igual ou superior a 3 kg e que apresentem quadro de pneumonia com necessidade de administração suplementar de oxigênio. Para crianças com menos de 40 kg, o uso é indicado em casos de risco de evolução para quadros graves da doença.
A aprovação ocorre em meio ao cenário problemático para a vacinação de crianças e do grupo entre seis meses e 3 anos, que ainda não está protegido contra a Covid-19.
De acordo com um levantamento realizado pelo Observatório de Saúde na Infância, o Observa Infância, divulgado nesta quarta-feira, 16, apenas 5,5% da população com 3 e 4 está completamente imunizada com a CoronaVac. Segundo a instituição, até junho de 2022, o Brasil registrava uma média de duas mortes diárias entre crianças menores de 5 anos.
A vacinação de bebês é outro gargalo. Na última quinta-feira, 17, a sociedades brasileiras de Pediatria (SBP) e de Imunizações (SBIm) emitiram uma nota conjunta cobrando que o Ministério da Saúde realize a imediata oferta de doses da vacina contra Covid-19 para todas as crianças com mais de 6 meses. A população com menos de 5 anos está liberada para receber o imunizante pediátrico da Pfizer, aprovado pela Anvisa em setembro, mas a distribuição de doses, iniciada na semana passada pelo ministério, terá como foco apenas as crianças com comorbidades de seis meses a 3 anos. As entidades alertam para a onda atual da doença e para os riscos da Covid-19 para essas crianças, que ainda não estão protegidas.
Remdesivir no Brasil
O remdesivir tem autorização para o tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus em março do ano passado e age impedindo a replicação do vírus no organismo. Assim, reduz o processo infeccioso.
Em maio deste ano, a Anvisa aprovou uma nova indicação para o medicamento, da empresa Gilead Sciences Farmacêutica do Brasil, e permitiu a aplicação em adultos no estágio inicial da doença com risco de evoluir para quadros graves. Antes, a medicação era permitida para uso apenas em pacientes com mais de 12 anos que tinham pneumonia e necessidade de oxigênio suplementar.
Com esta mudança, pessoas com risco de evoluir para casos graves passaram a ter autorização para receber o tratamento depois de receber o diagnóstico e dentro de uma janela de sete dias após o início dos sintomas.