Quase 80% das crianças e adolescentes da Paraíba vivem na pobreza, diz Unicef

Veículo: Globo.com - BR
Compartilhe

Cerca de 78,5 % das crianças e adolescentes vivem na pobreza na Paraíba, segundo dados da pesquisa “As Múltiplas Dimensões da Pobreza na Infância e na Adolescência no Brasil” divulgada pelo Unicef. Esse número representa que 78 de cada 100 crianças e adolescentes estão nessa situação.

Segundo o Unicef, o estudo apresenta dados do trabalho infantil até 2019; moradia, água, saneamento e informação, até 2020; renda, incluindo para alimentação, até 2021; e sobre educação, até 2022.

Em relação à média nacional, a Paraíba está acima. Em todo o Brasil, 63%, cerca de 32 milhões de pessoas nessa faixa etária, ou seja, meninos e meninas, se encontram em situação de pobreza.

Dentre todos os aspectos avaliados pela pesquisa, o que mais afeta as pessoas com essa faixa etária, no estado, é a privação de renda, que impacta 55,3% das meninas e meninos, seguida pela falta de acesso a saneamento, que impacta cerca de 52,9%.

Outras privações são a falta de acesso à água e à informação, ambas afetando 14,9% de meninos e meninas, a privação de educação (11,8%), moradia (5%) e trabalho infantil (4,8%). No total, 78,5% das meninas e meninos paraibanos são afetados por uma ou mais dimensão da pobreza multidimensional, como chama o Unicef.

Desigualdade regional

Segundo a pesquisa, a pobreza multidimensional impactou quem já vivia em situação de vulnerabilidade, como pessoas negras e indígenas, e moradores da região Norte e Nordeste.

Entre crianças e adolescentes negros e indígenas, 72,5% estavam na pobreza multidimensional em 2019, em comparação com 49,2% de brancos e amarelos. Entre os estados, seis tinham mais de 90% de crianças e adolescentes em pobreza multidimensional, todos no Norte e Nordeste.

Pobreza no Brasil

Nacionalmente, o estudo indica que no total 32 milhões de crianças e adolescentes são afetados por uma ou mais dimensão da pobreza multidimensional. 21,2 milhões de pessoas são afetadas pela falta de acesso ao saneamento básico, que é a principal privação dentre todas as outras.