Simpósio debate acolhimento familiar para crianças e adolescentes em situação de risco social

Veículo: Observatório do Terceiro Setor
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O acolhimento familiar é uma medida de proteção, temporária e excepcional, garantida em lei pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) aos menores em situação de risco social que foram afastados de suas famílias de origem por decisão judicial. Apesar de preferível, se comparado ao acolhimento institucional, dos 31 mil acolhidos que existem no Brasil, apenas 5% estão nessa modalidade, segundo dados do Sistema Nacional de Acolhimento e Adoção (SNA). 

Estudo realizado por Harvard (Órfãos da Romênia) constatou que?cada ano?que uma criança vive em acolhimento institucional resulta em?quatro meses de déficit?em sua cognição geral, sendo que os primeiros anos de vida são os mais críticos para seu desenvolvimento, com consequências para a vida toda. 

Para tratar sobre o assunto, com mais de 800 inscritos, 105 trabalhos apresentados e 70 palestrantes nacionais e internacionais de seis países, acontece de 20 a 23 de março, no Centro de Convenções da Unicamp, o IV Simpósio Internacional de Acolhimento Familiar (SIMAF).  

O simpósio tem como objetivo informar e conscientizar profissionais sobre a atuação de família acolhedora, com o objetivo de promover essa modalidade de acolhimento, garantindo o direito à convivência familiar e comunitária. Além de palestras, painéis de debate e minicursos, o evento irá discutir, divulgar e compartilhar pesquisas e trabalhos acadêmicos recentes, produzidos no Brasil e exterior, sobre o tema do acolhimento familiar, família acolhedora e convivência familiar e comunitária. 

Acolhimento no terceiro setor

Com o objetivo de promover ações e tecnologias sociais transformadoras em prol da convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes em acolhimento institucional, a organização da sociedade civil Aconchego atua há 25 anos com o desenvolvimento de tecnologias sociais e execução de políticas públicas voltadas à garantia e defesa dos direitos da criança e do adolescente, especialmente daqueles que se encontram em medida protetiva de acolhimento.  

Em depoimento ao Observatório do Terceiro Setor, pessoas de famílias acolhedoras acompanhadas pela organização da sociedade civil contam sobre a experiência. 

“No momento em que iniciei a formação para ser família acolhedora achava que eu estaria dando algo, pouco a pouco, e a cada acolhimento, entendi que eu recebo. É tão complexo definir o serviço, justamente por isso, ele envolve tantas relações, muda nossas vidas completamente. O vínculo é transformador e possibilita que façamos a diferença na vida de alguém e nos permitamos ser tocadas por esse alguém”, relata Winne.

“Ser Família Acolhedora é amar sem egoísmo, é poder participar – nem que seja um pouquinho –  da formação de seres humanos mais felizes”, afirma Vânia Borges.

O evento que abordará o tema é realizado pelo Observatório da Infância e Adolescência (OiA), do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas?da UNICAMP (NEPP) e Instituto Geração Amanhã; conta com o patrocínio do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Governo Estadual de São Paulo, Prefeitura Municipal de Campinas, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Fundação FEAC e da Aldeias Infantis SOS, além de apoio de várias instituições.   

Para sua realização, o IV SIMAF tem apoio institucional da Coalizão pelo Acolhimento Familiar, Colégio de Coordenadores da Infância e da Juventude dos Tribunais de Justiça do Brasil, Congemas, Fundação Bernad van Leer, Guardinha – Associação de Educação do Homem de Amanhã, Primeira Infância Campineira, PUC Minas, Movimento Nacional Pró-Convivência Familiar e Comunitária, Rede Nacional pela Primeira Infância, entre outros. 

 

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