Fiocruz e Ufal lançam cartilha para saúde da juventude LGBTQIAPN+
A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e a Agenda Jovem Fiocruz (AJF) lançaram, em Alagoas, a Cartilha das Juventudes & Saúde LGBTQIAPN+. O evento ocorreu na reitoria da universidade, em Maceió.
Com 48 páginas, a cartilha foi elaborada por jovens pesquisadores do Grupo de Estudos e Pesquisas em História, Gênero e Sexualidade (GEPHGS) da Ufal. O documento reúne 23 demandas de políticas públicas para jovens LGBTQIAPN+, além de informações sobre diversidade de gênero e sexual. É resultado de um trabalho de oito meses do grupo de estudos, que incluiu quatro rodas de conversa com o público jovem.
“A importância deste trabalho com o grupo de pesquisa e a Fiocruz é fazer desta universidade um dos poucos espaços em que a voz é sempre aberta e franqueada a todos, todas e todes que quiserem se manifestar. É um espaço de conversa e de construção, como deve ser”, afirmou o reitor Josealdo Tonholo durante o lançamento.
“O seminário foi a conclusão de um trabalho importante que iniciamos em Alagoas visando a prospecção de políticas públicas de saúde para a juventude LGBRQIAPN+”, afirmou a coordenadora da Agenda Jovem Fiocruz, Luciane Ferrareto. A AJF é uma plataforma da Coordenadoria de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz que coordena projetos de promoção da saúde pública para jovens entre 15 e 29 anos. “Ficamos felizes com a expressiva presença do poder público e espero que a cartilha, fruto desse projeto, possa contribuir na melhoria do cuidado destinado a esses jovens nos serviços de saúde”, arrematou.
A secretária nacional dos Direitos da População LGBTQIA+, Symmy Larrat, também participou. Segundo ela, a cartilha ajuda os jovens a reivindicar políticas públicas para suas necessidades: “Ela é um ferramenta para pleitear pautas nos serviços públicos e territórios. Também tem outra dimensão, que é formativa. O processo de elaboração da cartilha prepara os jovens para outras disputas por políticas públicas e para discutir seus direitos”.
Também estavam presentes no evento o deputado federal Paulo Fernando (Paulão) dos Santos (PT), o secretário de Saúde de Jundiá/AL, Rodrigo Buarque, o Secretário Municipal de Palmeira dos Índios/AL, Jânio Barbora Marques, e o coordenador de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, Leonídio Madureira.
Jovens pesquisadores responsáveis pela elaboração da cartilha puderam apresentá-la ao público. Segundo eles, a carência de políticas públicas de saúde para pessoas LGBTQIAPN+ resulta de uma mistura de ausência de serviços, ineficácia das políticas existentes e falta de informações adequadas para que esse público busque os serviços.
“Na escuta, percebemos que as instituições não atendem de fato a população LGBTQUIAPN+. Quando fazemos recorte para mulheres bissexuais, lésbicas e pessoas trans em geral, percebemos uma grande ineficiência de acesso às políticas”, disse Harmie Silva, pessoa jovem não binária e pesquisadora do GEPHGS.
“O que é pensado não é qualificado o suficiente e ainda faltam especializações. Há uma deficiência constante e a ausência de formação, além de todas as demandas que constam na cartilha. Essas demandas são urgentes, necessárias, e são um grande misto de todos esses fatores”, completou Stella Íris, mulher trans estudante de Relações Públicas e também membra do grupo de estudos.
O evento reuniu outras apresentações de projetos voltados ao público de diversidade de gênero e sexual, como: o Grupo de Integração LGBTQIAPN+ (GIL) da Ufal; o Ambulatório LGBTQIAPN+ do Agreste Alagoano; o projeto Re Existências da Bancada Negra; o projeto Corre – Juventude Trabalhando da Secretaria de Esporte e Lazer do AL; o Conselho Estadual LGBTQIA+ de Alagoas, e um encerramento cultural do coletivo As Dolls. O Juiz do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) André Souza Brito, foi convidado a apresentar o trabalho da Justiça Itinerante, que regulariza a documentação de documentos como alteração de nome, certidão de nascimento e casamento civil.
Fonte: Fiocruz
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