FIJ registra 104 jornalistas assassinados no mundo em 2024
A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ ou International Federation of Journalists – IFJ) registrou 104 jornalistas assassinados em todo o mundo até o dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Esses dados ainda estão incompletos, mas mostram que 55 mortes ocorreram em Gaza, na Palestina, onde morreram 138 profissionais desde o início dos conflitos, em outubro de 2023.
Este ano, 12 jornalistas mulheres foram assassinadas, representando cerca de 11,5% do total de mortes. No ano anterior, esse número foi de 14 mulheres entre as 129 mortes contabilizadas, fazendo de 2023 um dos anos mais letais registrados pela organização desde 1990.
A região do Médio Oriente e do Mundo Árabe registra, pelo segundo ano consecutivo, o maior número de jornalistas assassinados. Dos 66 jornalistas mortos na região, 55 eram palestinos. Gaza se tornou um dos territórios mais perigosos para o jornalismo moderno, com o número de jornalistas palestinos mortos chegando a pelo menos 138 desde o início do conflito, em outubro de 2023.
Os dados também mostram um aumento considerável nas mortes de jornalistas em relação aos anos anteriores nos continentes asiático e africano. Na região Ásia-Pacífico, foram 20 mortos em 2024, um aumento de 66,7% em relação aos 12 registrados em 2023. Na África, foram 8 jornalistas mortos, um aumento de 100% em comparação com os 4 registrados em 2022, mas houve uma queda de 11,1% em relação aos 9 mortos em 2023.
Nas Américas e na Europa, os números se mantiveram semelhantes aos dos anos anteriores. A FIJ registrou 6 mortes nas Américas, o mesmo número de 2023, mas uma queda de 80% em relação às 30 mortes registradas em 2022. Muitas dessas mortes estão relacionadas a denúncias de tráfico de drogas, um problema que afeta o México há quase duas décadas. Na Europa, foram 4 jornalistas mortos em 2024, o mesmo número registrado em 2023, mas uma queda de 69,2% em relação às 13 mortes de 2022. Essas vítimas estão relacionadas ao conflito na Ucrânia. Apesar disso, a Europa continua sendo o continente mais seguro para jornalistas no mundo.
Jornalistas na prisão
Até esta terça-feira (10), a FIJ contabilizou 520 jornalistas presos, o que representa um aumento de 21,8% em comparação com 2023, quando foram registrados 427 casos, e de 38,7% em relação a 2022, com 375 prisões.
O relatório registrou que a Ásia é a região com o maior número de jornalistas presos, totalizando 254. A China lidera esse ranking, com 135 jornalistas presos, incluindo os de Hong Kong, o que representa cerca de 53,1% do total. Logo atrás estão países como Israel, com 59 jornalistas presos, Mianmar, com 44, e Belarus, com 38.
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Fonte: Abraji
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