Apenas sete países do mundo atendem diretrizes da Organização Mundial de Saúde sobre qualidade do ar

Apenas sete países do mundo atendem diretrizes da Organização Mundial de Saúde sobre qualidade do ar

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Quase todos os países do mundo têm um ar mais poluído do que o recomendado como saudável pela Organização Mundial de Saúde (OMS). É o que mostra o relatório sobre a qualidade do ar no mundo para o ano de 2024, elaborado pela empresa suíça de tecnologia de qualidade do ar IQAir.

Apenas sete países atenderam às diretrizes da OMS para as pequenas partículas tóxicas PM2,5 no ano passado, destaca o Guardian. Austrália, Nova Zelândia e Estônia estavam entre os poucos países com média anual de no máximo 5 µg (micro gramas) de PM2,5 por m3, assim como a Islândia e alguns pequenos estados insulares.

Já os países mais poluídos em 2024 foram Chade, Bangladesh, Paquistão, República Democrática do Congo e Índia. Os níveis de PM2,5 em todos eles foram pelo menos 10 vezes maiores do que os limites de referência em 2024, segundo o relatório, chegando a ser 18 vezes maiores do que os níveis recomendados no Chade.

As cidades indianas, apesar de um cenário melhor em 2024 – a poluição do ar no país caiu 7% entre 2023 e 2024 –, continuam dominando a classificação mundial das metrópoles mais poluídas por partículas finas, ao lado de metrópoles paquistanesas e da capital do Chade, N’Djamena. Na Índia, estão 6 das 9 cidades mais poluídas do mundo por essas partículas. E a área metropolitana da indiana Byrnihat foi considerada a mais poluída em 2024, com concentração média anual de PM2,5 de 128,2 µg/m³.

Já na América Latina, de modo geral, a situação melhorou tanto em qualidade quanto na coleta de dados, segundo o documento. Mas houve uma exceção, vinda do Brasil, explica a Folha. Os persistentes incêndios florestais no país em 2024 “impactaram vastas áreas da América Latina, com níveis de PM2,5 em algumas cidades de Rondônia e Acre que quadruplicaram em setembro”, diz o relatório.

A OMS afirma que não há níveis seguros de PM2,5, partículas suficientemente pequenas para entrar na corrente sanguínea e danificar órgãos por todo o corpo. Mas estima que milhões de vidas poderiam ser salvas a cada ano seguindo suas diretrizes, já que o ar poluído é o segundo maior fator de risco para morte, depois da pressão alta.

“A poluição do ar não nos mata imediatamente – leva talvez duas a três décadas antes de vermos os impactos na saúde, a menos que seja muito extremo”, disse Frank Hammes, CEO da IQAir. “[Evitá-la] é uma daquelas coisas preventivas em que as pessoas não pensam até muito tarde em suas vidas”, completou.

 

Fonte: ClimaInfo

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