Documentário conta histórias de agricultores que adotam alternativas para preservar a floresta em Mato Grosso
Em tempos em que o Congresso discute a flexibilização do Código Florestal, agricultores mostram que viver a partir da valorização da floresta é possível
O vídeo “A resposta da terra”, coordenado pela Articulação Xingu Araguaia (AXA), mostra como agricultores do estado do Mato Grosso estão agindo de forma pioneira na restauração florestal das bacias dos rios Xingu e Araguaia. No local, centenas de assentados, pequenos e médios produtores rurais adotaram alternativas para produzir e ocupar terras, evitando a abertura de novas áreas. Em vez disso, eles optaram por recuperar parte da vegetação e usar a floresta de forma responsável para a geração de renda.
Ivo Cesário, morador de Canarana (MT), vive hoje exclusivamente da coleta de sementes, que depois é vendida para a Rede de Sementes de Xingu – uma iniciativa que conta com 300 coletores em Mato Grosso e já gerou mais de R$ 600 mil de renda para seus participantes. “Se 20 anos atrás me falassem para coletar sementes, eu nunca ia acreditar que seria preciso e que seria possível viver disso. Hoje, com 46 anos de idade, eu vivo do Cerrado e da floresta, com a coleta de sementes”, conta o ex-pintor.
As iniciativas propostas pelas instituições que compõem a Articulação Xingu Araguaia, mostram novas perspectivas aos produtores que só conheciam os modelos da monocultura e devastação. Essas ações já geraram mais de R$ 1 milhão de renda para assentados, pequenos produtores e indígenas. No campo da restauração ecológica, mais de 2,5 mil hectares entraram em processo de recuperação.
O documentário é coordenado pela Articulação no âmbito do projeto “Disseminando a Cultura Agroflorestal na Região do Araguaia Xingu”, que é apoiado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Fonte: Instituto SocioAmbiental