

Projeto oferece materiais de apoio gratuitos para que as escolas possam reconectar crianças e adolescentes com a natureza
Novos materiais já estão disponíveis para acesso das escolas brasileiras, para apoiar professoras e professores a criar e aprofundar práticas pedagógicas que estimulem o acesso e promovam o vínculo de bebês, crianças e adolescentes com a natureza, apontando como isso é importante no enfrentamento às mudanças climáticas. O projeto “Educação Baseada na Natureza”, do UNICEF e do Instituto Alana, incluiu escutas com crianças, adolescentes e professores, e formações online e presenciais. A partir dessas etapas, foram desenvolvidos materiais, que agora estão disponíveis a todos os interessados, na plataforma da Nova Escola.
“Educar crianças, adolescentes e jovens para o século 21 passa, necessariamente, por falar sobre mudanças climáticas. Como sociedade, temos de repensar a escola e ter currículos e aprendizados concretos sobre como mudar e preservar o planeta para esta e para as próximas décadas e gerações”, defende Mônica Dias Pinto, chefe de Educação do UNICEF no Brasil.
Para o projeto de “Educação Baseada na Natureza”, o UNICEF conta com a parceria estratégica de Neoenergia, por meio de um projeto-piloto sobre mudanças climáticas como parte do Programa de Eficiência Energética das distribuidoras da Neoenergia, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Na plataforma da Nova Escola o pacote completo de materiais pode ser acessado AQUI.
Ao todo, são ofertados três cursos autoinstrucionais de dez horas cada um – voltados para Educação Infantil, Anos Iniciais e Anos Finais do Fundamental –, uma reportagem com escolas que já realizam projetos bem sucedidos, um guia detalhando as experiências dessas escolas e nove planos de aulas. A live de lançamento dos materiais pode ser assistida AQUI.
A iniciativa nasceu de uma constatação simples, mas poderosa: o contato com a natureza melhora a saúde, o aprendizado e, também, forma cidadãos mais conscientes e preparados para proteger a natureza e enfrentar as mudanças climáticas. Antes de criar os materiais, as instituições fizeram um diagnóstico, ouvindo 90 crianças e 78 professores. “Em um diagnóstico do território e uma escuta atenta da rede de ensino, verificamos que 46,6%, quase a metade deles, já acreditam ser possível aprender fora da sala de aula”, conta Gabriel Maia Salgado, gerente de Educação e Culturas Infantojuvenis do Instituto Alana. “A ideia é que a escola abrace temas como mudanças climáticas, eficiência energética e soluções baseadas na natureza, não apenas de forma teórica, mas incluindo-os no dia a dia, por meio de projetos interdisciplinares e práticas vivenciais”, explica Gabriela Ribeiro Arakaki, geógrafa e coordenadora do projeto.
O que as crianças realmente querem
“Ficou evidente que as crianças e adolescentes querem estar do lado de fora, na natureza, e desejam ser protagonistas de mudanças. Mas nem sempre as atividades propostas pelas escolas ou a qualidade dos espaços favorece isso”, revela Arakaki. “Muitas vezes, a gestão escolar não apoia certas iniciativas. É importante que esse tema seja realmente abraçado pela rede. Precisamos de ferramentas para integrar o meio ambiente e a natureza ao currículo e às aulas, pois é um tema muito importante”, disse uma das professoras ouvidas. Outra revelação da escuta foi que muitos educadores não conectavam atividades ao ar livre com educação climática. “O projeto busca ampliar o repertório nesse sentido, trazendo mais intencionalidade às práticas”, afirma Arianne Brianezi, pedagoga e assessora técnica da iniciativa.
De teoria à prática transformadora
Os encontros com diretores, coordenadores pedagógicos e formadores de professores em quatro territórios tiveram resultados que entusiasmaram. Erika Andrade, vice-gestora do CMEI Geórgia Maria Barradas Carneiro, em Salvador, relatou sua experiência: “Vivi um momento mais que especial ao participar do encontro presencial. Me senti imersa na natureza, apreciando sons, fragrâncias, temperatura. Até tomei banho de chuva! A partir dessa vivência, acredito que as crianças têm o direito a experimentar tudo isso”.
Para o Instituto Alana e o UNICEF, as escolas podem e devem estar no centro do debate sobre adaptação climática, promovendo tanto a reconexão das crianças e adolescentes com a natureza quanto a transformação de seus espaços e práticas, para incluir mais natureza e soluções baseadas nela. “Estamos falando de fomentar escolas mais verdes não apenas no sentido literal, com mais plantas e áreas naturais, mas também no sentido de oportunizar a ampliação da consciência e oferecer ferramentas para o enfrentamento dos desafios ambientais atuais e futuros”, complementa Arakaki.
“Ter o Instituto Alana e UNICEF como parceiros nesse projeto é uma enorme alegria e um passo importante para ampliarmos o debate sobre Educação Baseada na Natureza nas escolas públicas brasileiras. Os materiais que estamos desenvolvendo abordam temas urgentes, como mudanças climáticas, ecossistemas, gestão de recursos e (re)conexão com a natureza, sempre com o nosso compromisso de qualidade pedagógica, criados com o apoio de professores que entendem a realidade das escolas públicas e focados em práticas transformadoras”, diz Ana Ligia Scachetti, Diretora executiva da Nova Escola. “Acreditamos que esse projeto pode inspirar educadores de todo o país a promover vivências significativas, em que os estudantes sejam protagonistas na construção de uma relação mais consciente com o mundo em que vivem.”
Fonte: Unicef Brasil
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