Fome global diminui, mas crise climática ameaça progresso, alerta FAO

Fome global diminui, mas crise climática ameaça progresso, alerta FAO

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O número de pessoas passando fome no mundo caiu pelo terceiro ano consecutivo em 2024, afirmou a ONU em um novo relatório divulgado nesta semana. O levantamento apontou que 8,2% da população mundial, cerca de 673 milhões de pessoas, passaram fome em 2024. Por um lado, a América do Sul e o sul da Ásia apresentaram melhora nos indicadores; por outro, a África e a Ásia Ocidental enfrentaram um aumento da fome.

Na América do Sul, a taxa de fome caiu de 4,2% em 2023 para 3,8% em 2024. Já no sul da Ásia, caiu de 12,2% para 11%. O progresso dos números foi sustentado pela maior produtividade agrícola e por programas sociais, como os de merenda escolar, de acordo com a CNN.

No entanto, o progresso não foi consistente em todo mundo: o relatório fala da situação da África, por exemplo, onde os ganhos de produtividade agrícola não acompanharam o alto crescimento populacional, os impactos de conflitos, as condições climáticas extremas e a inflação. A Euronews detalhou que a proporção da população que enfrenta a fome na África ultrapassou os 20% em 2024, enquanto no Oriente Médio, o valor chega a 12,7% da população.

Os conflitos continuam levando fome em regiões como Gaza e Sudão, alertou o secretário-geral da ONU, António Guterres. Segundo ele,“a fome alimenta ainda mais a instabilidade futura e mina a paz”. Sobre Gaza, em especial, o documento não reflete o impacto agudo provocado pela guerra – logo, o número da região deve ser ainda maior.

O Brasil foi um dos destaques positivos do relatório. Depois de quatro anos, o país saiu do mapa da fome, uma das promessas de campanha do presidente Lula na última eleição. O governo brasileiro celebrou a notícia, destacando ser esta a segunda vez na qual o país consegue atingir essa marca – ambas sob a liderança de Lula.

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome atribui a vitória às políticas que priorizam a redução da pobreza, o estímulo à geração de emprego e renda, o apoio à agricultura familiar e o fortalecimento da alimentação escolar.

Segundo o g1, agora menos de 2,5% da população brasileira está em risco de subalimentação – quando uma pessoa consome menos calorias que o necessário para manter uma vida saudável. Especialistas afirmaram que o Brasil ainda tem locais com pouca ou nenhuma oferta de alimentos saudáveis, os chamados desertos alimentares, e que a produção agropecuária tem se voltado mais à exportação do que ao abastecimento interno. Para garantir a segurança alimentar no futuro, essa prioridade deve ser melhor equilibrada.

 

Fonte: ClimaInfo

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