Especialistas discutem benefícios da alimentação escolar vinculada à agricultura familiar

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A alimentação escolar vinculada à agricultura familiar tem múltiplos benefícios, especialmente quando adota uma abordagem multissetorial. Essa foi a conclusão da Oficina Nacional de Consulta sobre Alimentação Escolar Vinculada à Agricultura Local, realizada na Etiópia no início de maio para discutir os impactos do programa PAA África no país.

Implementado na Etiópia em 2012, o PAA África ajudou a desenhar o programa de alimentação escolar do país, com apoio do governo brasileiro, do Programa Mundial de Alimentos (PMA), da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e de outros parceiros. A Etiópia está atualmente na fase de desenvolvimento de uma estratégia nacional de alimentação escolar.

Os participantes da oficina discutiram as lições aprendidas com a experiência do PAA África, apontaram os desafios de conectar agricultores familiares a mercados e avaliaram diferentes modelos de alimentação escolar.

Eles destacaram a necessidade de uma mudança de mentalidade: em vez de encarar a alimentação escolar como uma forma de alimentar crianças pobres, encará-la como uma forma de investir no desenvolvimento das crianças e, portanto, no desenvolvimento do país.

Foi consenso que a alimentação escolar, especialmente quando vinculada à agricultura familiar, é uma boa maneira de promover o desenvolvimento. No entanto, alguns desafios persistem, como garantir a implementação adequada da estratégia, os recursos financeiros adequados, a sustentabilidade do programa e o envolvimento do setor privado.

A oficina foi aberta por um representante do Ministério da Educação da Etiópia e contou com três palestrantes: Peter Rodrigues, diretor adjunto do Centro de Excelência contra a Fome, Sibi Lawson-Marriot, chefe de programa do PMA Etiópia, e Bing Zhao, diretor do programa P4P do PMA. Representantes das várias regiões da Etiópia, de organizações não governamentais e de doadores participaram do evento.

Peter Rodrigues destacou o papel da alimentação escolar em ajudar os países a alcançar o desenvolvimento sustentável. Ele explicou a atuação do Centro de Excelência, que provê assistência técnica para ajudar os países a desenhar políticas e estratégias que aproveitem todo o potencial da alimentação escolar como meio de promoção do desenvolvimento social. Outro tópico de seu discurso foi a parceria do Centro com a União Africana, que ressalta a importância da alimentação escolar vinculada à agricultura local para o desenvolvimento da África.

O ministro da Educação da Etiópia, Tilaye Gete, enfatizou a necessidade de inovação, principalmente no contexto do desenvolvimento da estratégia nacional de alimentação escolar. Ele contou que a Etiópia utilizou a alimentação escolar como uma das ferramentas de assistência emergencial durante a seca enfrentada recentemente pelo país e, de acordo com ele, foi uma forma eficaz de alcançar as populações vulneráveis durante a emergência.

Fonte: ONU Brasil