Quais são as orientações gerais ao se entrevistar crianças e adolescentes, tendo em vista a preservação de seus direitos?

Compartilhe

1. Informe os responsáveis pela criança que ela será entrevistada por um jornalista e explique o objetivo da matéria e como o material será utilizado. Crianças e seus responsáveis não devem ser coagidos e é essencial que eles compreendam a utilização que será dada ao material colhido;

2. Sempre leve em consideração o direito da criança à privacidade, ao sigilo, à participação em decisões que a afetam e à proteção de situações de injúria (ofensa) e represália;

3. Tome cuidado com relação às condições em que a entrevista será realizada. Limite o número de entrevistadores e fotógrafos. Tenha certeza de que a criança está pronta para falar, sem qualquer tipo de pressão, inclusive por parte do jornalista;

4. Ao escolher crianças para uma entrevista, não as discrimine por critérios de sexo, raça, idade, religião, classe social, nível educacional ou deficiência;

5. Não peça para a criança encenar ou falar sobre coisas que não aconteceram, a fim de evitar estereótipos e abordagens sensacionalistas;

6. Evite categorizações ou descrições que a exponha a estigmas ou represálias (como danos físicos ou psicológicos, ofensas, discriminação e rejeição) em sua família ou comunidade;

7. Não publique relatos ou imagens que possam colocar a criança, familiares ou pessoas próximas em risco, mesmo se a identidade não for revelada ou for trocada;

8. Verifique sempre as credenciais de uma organização que represente ou se proponha a falar em nome do interesse de crianças;

9. Sempre construa na matéria ou reportagem um contexto adequado para a publicação da história ou imagem da criança, não se restringindo à mera dramatização do caso particular.

Temas deste texto: Entrevistando crianças