Unicef aponta reformas educativas do Brasil como exemplos a serem seguidos
O relatório anual do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado hoje (28), apresenta como exemplos as reformas educativas do Brasil, que em nove anos aumentaram as taxas de matrícula dos jovens de 15 anos de 65% para 78%.
Com o título “Uma oportunidade justa para todas as crianças”, o documento alerta para a urgência de investir nas crianças mais pobres do mundo, sob pena de deixar para trás milhões delas.
No capítulo dedicado à educação, o Unicef cita alguns exemplos: “O Brasil e o Vietnam oferecem lições valiosas sobre como reformar os sistemas educativos”.
Segundo o relatório, reformas múltiplas que começaram nos anos 90 no Brasil permitiram melhorar as taxas de matrículas dos adolescentes e os desempenhos escolares.
Entre 2003 e 2012, as taxas de matrícula dos adolescentes de 15 anos aumentaram de 65% para 78% e muitas crianças que entraram nesse período no sistema educativo eram de regiões carentes.
No mesmo período, os resultados médios dos alunos brasileiros no Programa para a Avaliação Internacional dos Estudantes (Pisa) aumentaram 25 pontos.
Entre os estudantes mais desfavorecidos, o aumento foi de 27 pontos, segundo programa de avaliação feita a cada três anos pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Entre as reformas que produziram esses resultados está a criação de uma comissão independente, que se tornou o Sistema de Avaliação do Ensino Básico e serve hoje como mecanismo transparente de avaliação e como um método comum de medição dos desempenhos na aprendizagem, diz o Unicef.
Como resultado das avaliações, as escolas mais bem sucedidas ganham mais autonomia, enquanto as que registram piores resultados recebem apoio para melhorar os padrões.
Os autores do relatório acrescentam que o Brasil também aumentou o financiamento da educação, que em 2012 atingiu 6,3% do Produto Interno Bruto.
A formação de professores e o programa Bolsa Escola, que prevê transferências de dinheiro para as famílias mais pobres, também contribuíram para melhorar a educação no Brasil, segundo a instituição..
O exemplo “mostra que acelerar o progresso educativo para as crianças mais desfavorecidas pode ter resultados positivos”.